Educação

Weintraub defendeu colocar na cadeia “vagabundos” e ministros do STF, mostra gravação de reunião

22 maio 2020, 18:18 - atualizado em 22 maio 2020, 18:22
Abraham Weintraub
“Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF”, afirmou (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou em reunião com o presidente Jair Bolsonaro, segundo vídeo divulgado nesta sexta-feira, que o governo não tem sido “duro o bastante” contra privilégios, defendeu que “vagabundos” e os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) sejam colocados na cadeia, e criticou a postura de dialogar com quem na verdade deveria ser enfrentado.

Ao afirmar que tem sofrido “bordoadas” por defender o governo, citou os processos contra ele no Comitê de Ética da Presidência da República, e afirmou que Brasília é um “cancro de corrupção, de privilégio”.

Veja a primeira parte da reunião:


“A gente tá conversando com quem a gente tinha que lutar. A gente não está sendo duro o bastante contra os privilégios, com o tamanho do Estado e é o … eu realmente tô aqui de peito aberto, como vocês sabem disso, levo tiro”, disse o ministro na reunião de 22 de abril, segundo degravação disponibilizada pelo STF.

“Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF”, afirmou.

Ao declarar odiar o Partido Comunista, que, de acordo com o ministro quer transformar “a gente numa colônia”, Weintraub também se manifestou contra termos como “povos indígenas”.

“Esse país não é… odeio o termo ‘povos indígenas’, odeio esse termo. Odeio. O ‘povo cigano’. Só tem um povo nesse país. Quer, quer. Não quer, sai de ré. É povo brasileiro, só tem um povo. Pode ser preto, pode ser branco, pode ser japonês, pode ser descendente de índio, mas tem que ser brasileiro, pô! Acabar com esse negócio de povos e privilégios.”

O ministro do STF Celso de Mello decidiu nesta sexta-feira permitir a divulgação, com exclusão de alguns trechos, do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril em que, segundo o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, o presidente Jair Bolsonaro teria tentado interferir no comando da Polícia Federal.

Em sua decisão, Celso de Mello determinou a exclusão de trechos específicos em que há referência a dois países com os quais o Brasil mantém relação diplomática, informou o STF em nota.

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