Coronavírus

Wizard diz que não atuará mais no Ministério da Saúde e não assumirá secretaria na pasta

07 jun 2020, 22:20 - atualizado em 07 jun 2020, 22:20
Carlos Wizard
Na nota, Wizard diz que recusou o convite do ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, para ocupar um cargo na pasta (Imagem: Facebook/Carlos Wizard)

O empresário Carlos Wizard disse em nota neste domingo que deixará de atuar como conselheiro do Ministério da Saúde e que não assumirá a Secretaria de Ciência e Tecnologia da pasta, após ser alvo de críticas por declarar que o governo recontaria os mortos pela Covid-19 pois – disse ele sem apresentar provas – os dados de gestores locais eram “fantasiosos”.

Na nota, Wizard diz que recusou o convite do ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, para ocupar um cargo na pasta para se dedicar a trabalhos sociais em Roraima e fez um pedido de desculpas.

“Peço desculpas por qualquer ato ou declaração de minha autoria que tenha sido interpretada como desrespeito aos familiares das vítimas da Covid-19 ou profissionais de saúde que assumiram a nobre missão de salvar vidas”, afirmou.

Informo que hoje (7/junho) deixo de atuar como Conselheiro do Ministério da Saúde, na condição pro bono. Além disso,…

Publicado por Carlos Wizard em Domingo, 7 de junho de 2020

Anteriormente, ao jornal O Globo, Wizard havia dito que o governo faria uma recontagem dos números, pois, segundo ele, gestores estaduais e municipais de saúde inflavam o número de mortes pela Covid-19, que já matou quase 36 mil no Brasil, para obterem uma fatia maior de orçamento.

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) rebateu as declarações do empresário, afirmando que elas revelam ignorância sobre o tema e desrespeito aos familiares dos que morreram por causa da Covid-19, e especialistas médicos apontaram que qualquer recontagem dos mortos apontaria para um número maior – não menor – de vítimas fatais da doença.

As declarações do empresário – dono ou sócio de marcas como Topper, Rainha e Mundo Verde, entre outras, e das franquias no Brasil das redes de fast food Taco Bell, Pizza Hut e KFC – vieram em um momento em que o governo do presidente Jair Bolsonaro passou a divulgar o balanço diário da pandemia no país às 22h e sem informar o número total de casos confirmados e mortos pela doença no país.

Indagado na sexta-feira sobre o atraso na divulgação –que antes acontecia entre 16h e 19h– Bolsonaro disse: “Acabou matéria no Jornal Nacional”, em referência ao telejornal da TV Globo, transmitido em horário nobre e o de maior audiência do país.

A mudança na divulgação dos números da pandemia –apenas com a informação sobre casos, mortes e recuperados nas últimas 24 horas– foi criticada por especialistas e contestada junto ao Supremo Tribunal Federal por partidos de oposição, que pediram que a corte obrigue o governo a informar dados detalhados da pandemia diariamente até às 19h30.

O Ministério Público Federal também abriu procedimento extrajudicial e pediu explicações ao Ministério da Saúde, assim como cópia de documentos que levaram a essa decisão.

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