Economia

XP Investimentos acredita que Selic não deve ser elevada em 2018

18 jun 2018, 11:46 - atualizado em 18 jun 2018, 11:46

Por Investing.com – O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) se reúne na terça e quarta-feira para discutir o futuro da taxa Selic. Entre os analistas, é praticamente unânime que a decisão será pela manutenção juros em 6,5% ao ano. A XP Investimentos não vê, por ora, a necessidade de uma alta da Selic ainda neste ano e, a depender da reputação do próximo time no BC, não seria necessária uma alta já no início de 2019.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Para a economista-chefe da corretora, Zeina Latif, o ajuste da taxa de câmbio e sua repercussão na inflação farão o BC iniciar a normalização das condições monetárias antes do esperado anteriormente, reduzindo o estímulo monetário atual.

Latrif entende que tendo em vista o zelo da autoridade monetária com sua reputação, não se pode descartar este cenário, iniciando um trabalho que a próxima diretoria do BC terá que fazer de qualquer forma, cedo ou tarde.

“Uma alta da Selic este ano, no entanto, não é uma projeção óbvia, pois o repasse do câmbio a preços tem defasagens e há dúvidas quanto à sua intensidade nas condições econômicas atuais, com significativa ociosidade da economia e elevada volatilidade cambial, que reduz a visibilidade dos empresários na fixação dos preços”, disse a analista da XP Investimentos.

Desta forma, Latif acredita que é necessário aguardar os sinais de repasse cambial aos preços, primeiro os chamados efeitos primários, como nos preços de gasolina e bens comercializáveis, que são diretamente afetados pelo dólar (bens duráveis e alguns alimentos).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“O primeiro efeito, mais rápido, não deveria ser combatido com aperto monetário, pois reflete uma mudança natural de preços relativos”, explica a analista, que completa explicando que “o segundo efeito, este sim precisa ser evitado com calibragem da política monetária. Ocorre que os efeitos secundários não serão facilmente e rapidamente observados. Pelos nossos modelos, são necessários dois trimestres”.

O cenário seria diferente, segundo Latif, com economia já em trajetória firme de recuperação e a inflação mais próxima da meta, faria sentido o BC iniciar a normalização da política monetária, sem aguardar a materialização (ou não) dos efeitos secundários, como uma postura preventiva. No entanto, a ociosidade da economia impede este tipo de postura.

Outro fator que irá barrar novas ações imediatas é a baixa inflação, que segue contida pelo elevado desemprego. Pelas estimativas da XP, a inflação de preços livres, que são o foco da política monetária, deverá fechar este ano em torno de 3,2%. Para o próximo ano, 4%-4,5%, ainda que ao longo do ano possam ser registrados resultados mais elevados.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
investing@moneytimes.com.br

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar