BusinessTimes

XP não tem planos de aquisição no radar, diz Guilherme Benchimol

11 dez 2019, 16:46 - atualizado em 11 dez 2019, 17:40
XP Inc
O executivo também descartou para breve planos da XP para entrar em outros mercados, enfatizando que o foco por ora é ampliar negócios no Brasil (Imagem: Nasdaq)

A plataforma de serviços financeiros XP Inc (XP), que fez sua estreia na bolsa norte-americana Nasdaq nesta quarta-feira, não planeja usar os recursos captados com a tranche primária de sua oferta de ações para comprar concorrentes, disse o presidente-executivo da companhia, Guilherme Benchimol.

“Não temos planos de aquisição no radar”, disse Benchimol em teleconferência com jornalistas.

O executivo também descartou para breve planos da XP para entrar em outros mercados, enfatizando que o foco por ora é ampliar negócios no Brasil.

Nesse sentido, a XP prioriza obter a licença para ter um banco próprio, o que lhe dará flexibilidade para ofertar mais serviços aos atuais clientes da plataforma, disse ele.

A ação da XP disparava cerca de 26% por volta das 16h20 (horário de Brasília), após ter precificado seu IPO na véspera a 27 dólares por papel (Imagem: Nasdaq)

Benchimol disse ainda que avalia futuramente listar ações da XP também na bolsa brasileira B3 (B3SA3), quando eventualmente houver uma regulamentação sobre o chamado voto plural, que permite que alguns sócios tenham mais poder do que outros.

A ação da XP disparava cerca de 26% por volta das 16h20 (horário de Brasília), após ter precificado seu IPO na véspera a 27 dólares por papel, acima da faixa inicial prevista pela companhia, de 22 a 25 dólares cada, e que avaliou a empresa em cerca de 15 bilhões de dólares.

O IPO movimentou 2,25 bilhões de dólares. Cerca de metade disso da oferta primária.

A abertura de capital da XP marcou o quarto maior IPO dos Estados Unidos e a maior operação do tipo de um grupo brasileiro neste ano.

A demanda de investidores pelas ações da XP superou 14 vezes a oferta, segundo dados da Reuters. Por conta disso, a companhia foi avaliada a cerca de 60 vezes o lucro anualizado de 2019. Em contraste, as norte-americanas TD Ameritrade é negociada a cerca de 13 vezes seus resultados, de acordo com a Refinitiv, e a Charles Schwab carrega múltiplo de cerca de 18 vezes.

Fundada em 2001 como uma assessoria financeira independente, a XP acumula mais de 1,5 milhão de clientes e 350 bilhões de reais sob gestão.

A operação de terça-feira marcou a segunda vez que a XP buscou o IPO. Em 2017, a empresa estava perto de listar suas ações quando fechou um acordo com o Itaú Unibanco, que pagou 6,3 bilhões de reais em dinheiro e ações por uma participação de 49,9% na empresa.

Nos nove primeiros meses de 2019, a XP teve receita total de 3,44 bilhões de reais, enquanto o lucro líquido atingiu 692 milhões.

O IPO da companhia foi assessorado por Goldman Sachs, JPMorgan Chase & Co, Morgan Stanley, Itaú BBA, XP Investments, BofA Securities, Citigroup, Credit Suisse e UBS.

Na visão da equipe do Safra, o sucesso do IPO da XP chancela a perspectiva do mercado de que a empresa continua apresentando altas taxas de crescimento, se beneficiando da intermediação dos bancos no universo de investimentos, conforme nota a clientes.

“Acreditamos que o IPO traga um resultado positivo também para o Itaú Unibanco, de cerca de 1,2 bilhão de reais, com a reavaliação da participação do Itaú no patrimônio da XP. No entanto, merece destaque que a participação atual do Itaú na XP de 46% está avaliada em 28,4 bilhões de reais (considerado resultados não realizados), valor muito superior aos 6,3 bilhões de reais investidos pelo Itaú em meados 2017.”

reuters@moneytimes.com.br