Economia

XP puxa projeção de corte da Selic para janeiro de 2026 diante de dólar e inflação mais fracos

03 jul 2025, 12:16 - atualizado em 03 jul 2025, 12:16
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XP ajusta projeções para câmbio e inflação e antecipa cortes da Selic. (Imagem: Banco Central)

A XP Investimentos antecipou a expectativa para o início dos cortes da Selic de abril para janeiro de 2026, diante de um cenário de câmbio mais apreciado e inflação mais fraca.

“Nosso cenário anterior era de início do ciclo de cortes apenas no segundo trimestre de 2026, quando o Copom já estará mirando a inflação de 2027. Porém, ajustamos algumas projeções, o que tornou o cenário da inflação de curto prazo mais benigno”, afirmam.

Entre as projeções atualizadas, estão as do câmbio. A instituição revisou para baixo as projeções da taxa, de R$ 5,80 para R$ 5,50 por dólar ao final de 2025 e de R$ 6,10 para R$ 5,70 em 2026.

Segundo a equipe liderada pelo economista-chefe Caio Megale, o dólar está em rota de depreciação e, no plano doméstico, a expectativa de reformas fiscais a partir de 2027 e a atuação rápida e firme do Banco Central no ciclo de alta dos juros explicam a apreciação do real.

O dólar mais fraco levou a instituição a cortar também a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025, de 5,5% para 5,0%.

Os economistas destacam que a inflação de curto prazo segue surpreendendo para baixo, com recuos nos preços de alimentos e bens industrializados. A inflação de serviços também desacelerou, mas segue pressionada por emprego e renda aquecidos. Energia elétrica traz volatilidade no curto prazo, enquanto combustíveis e alimentos devem continuar contribuindo para conter os preços.

Para 2026, a estimativa de inflação passou de 4,7% para 4,5% — o limite superior do intervalo de tolerância da meta —, considerando a menor inércia dos preços de 2025 para o ano seguinte.

À medida que o cenário de câmbio e IPCA se concretiza, as expectativas de inflação para 2026 tendem a recuar. “O BC deve gradualmente ganhar confiança de que o esforço da política monetária está surtindo efeito”, afirmam Megale e equipe.

Até onde vão os cortes da Selic?

Com o início do afrouxamento monetário previsto para janeiro de 2026, a XP projeta cinco cortes consecutivos de 0,50 ponto percentual da Selic, com a taxa básica encerrando o ano em 12,5%.

O principal risco para a convergência da inflação segue sendo o hiato do produto, que deve permanecer apertado. “Há alguns sinais de desaceleração, mas ainda insuficientes, em nossa avaliação”, dizem, ressaltando que isso justifica a manutenção da projeção da Selic final.

Os economistas apontam ainda que são necessários avanços adicionais para que a política monetária se aproxime do nível neutro.

“Para que a taxa Selic se aproxime do patamar de juro neutro – estimamos em cerca de 5,5% em termos reais – será necessário observar maior progresso no reequilíbrio da oferta e demanda da economia e, principalmente, em reformas fiscais que tornem a trajetória da dívida pública mais sustentável a partir de 2027”.

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Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
giovana.leal@moneytimes.com.br
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Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
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