XP rebaixa recomendação da TIM (TIMS3) para neutro com baixo potencial de valorização; ações caem 3%

As ações da TIM (TIMS3) lideram as perdas do Ibovespa nas primeiras horas do pregão desta quinta-feira (22) com recuo de mais de 3%, apesar da alta dos juros futuros – que costuma beneficiar papéis do setor. Por volta de 12h (horário de Brasília), TIMS3 caía 2,86%, a R$ 19,20. Acompanhe o Tempo Real.
Os papéis da operadora são pressionados pelo rebaixamento de recomendação de compra para neutro pela XP. A corretora manteve o preço-alvo de R$ 21 no final de 2025 — o que representa um potencial de valorização de 6,3% sobre o preço de fechamento anterior.
Na avaliação do analista Bernardo Guttmann, a ação TIMS3 agora apresenta um potencial limitado de valorização após uma alta de mais de 37% no acumulado do ano. “Nossa visão sobre os fundamentos permanece inalterada”, escreveu em relatório.
Além disso, Guttmann afirma que as perspectivas de crescimento modestas, e a alta exposição da TIM ao segmento pré-pago em meio a pressões inflacionárias levantam preocupações sobre a estabilidade da receita e a expansão da margem.
O analista ainda considera que a transformação adicional do setor pode ser limitada, dados os riscos de concorrência do Nubank, que lançou o NuCel no ano passado, e de provedores de serviços de internet (ISPs) regionais, como a Brisanet no Nordeste.
- VEJA MAIS: Após máxima histórica, analistas do BTG Pactual defendem que o Ibovespa ainda pode saltar até 8% – quais ações estão preparadas para aproveitar esse cenário?
O que esperar de TIM?
Para a XP, a TIM reportou resultados do primeiro trimestre de 2025 (1T25) em linha com as expectativas, incluindo expansão de margem e forte geração de caixa.
“A TIM tem demonstrado execução consistente em eficiência e está explorando várias estratégias, como negociação com fornecedores, aproveitamento de tecnologia e avaliação de decisões de fazer ou comprar. No entanto, dado o menor crescimento da receita da TIM, a alta inflação projetada para 2025 representa um risco para a expansão da margem”, diz o relatório.
O analista considera que a alta da exposição da TIM ao segmento pré-pago é um dos pontos de preocupação na linha de receitas de serviços móveis (MSR, na sigla em inglês), por representar cerca de 22% do MSR no 1T25, em meio à menor frequência de recargas — impactando as receitas e as margens negativamente.
O risco de aumento da concorrência também está no radar. “Embora o ambiente atual ainda mostre um comportamento racional — com as três maiores operadoras capazes de repassar os aumentos de preços — permanecemos atentos ao potencial disruptivo do Nubank.”
Na avaliação da XP, a TIM, com maior dependência de ofertas pré-pagas, é mais vulnerável à inflação e à concorrência de novos entrantes como o Nubank.
O analista da XP também avalia que o setor não deve ter novas mudanças estruturais no médio prazo. “Achamos difícil e improvável que o setor experimente outra transformação profunda como a que ocorreu nos últimos anos, o que justificaria outra onda de reprecificação”, escreveu Guttmann.
Espaço para Vivo (VIVT3)?
No setor de telecomunicações, a operadora Telefônica Vivo (VIVT3) segue como a preferida da XP.
“Vivo tem superado a TIM em crescimento de receita e está mais protegida contra a inflação devido à maior relevância de sua base pós-paga e do negócio de fibra. Além disso, seu negócio B2B, embora ainda pequeno em relação ao móvel e à fibra, está experimentando altas taxas de crescimento”, afirmou a XP em relatório.
O analista ainda avalia que o portfólio da Vivo é mais defensivo, com menos exposição a serviços pré-pagos e suportado por outras fontes significativas de receita (FTTH e Serviços Digitais) — “que estão se expandindo rapidamente e fornecendo vias de crescimento adicionais”.
“Embora tanto a TIM quanto a Vivo ofereçam retornos atraentes, o desempenho superior da TIM no acumulado do ano criou um ponto de entrada atraente nas ações da Vivo, pois vemos maior potencial de valorização e uma melhor assimetria de risco-retorno na Vivo.” Na comparação, TIM subiu 37% no acumulado do ano, já as ações da Vivo registraram ganhos de 22% de janeiro até agora.
A XP tem preço-alvo de R$ 64 para as ações VIVT3. Na última quarta-feira (21), os papéis da companhia encerraram as negociações cotados a R$ 27,51.