XP recomenda fundo imobiliário com dividend yield estimado de 12,6%; veja qual

A XP Investimentos reiterou sua recomendação de compra para o fundo imobiliário Pátria Recebíveis (HGCR11), com preço-alvo de R$ 97,65. Com a cota negociada atualmente a R$ 94,50, o potencial de valorização é de 3,3%.
Em relatório, o analista da casa Marx Gonçalves projeta ainda um dividend yield de 12,6% para os próximos 12 meses, o que representa um rendimento médio mensal de R$ 0,99.
A estimativa, segundo ele, considera o cenário-base da corretora, que inclui inflação de 4,52% e CDI médio de 14,4% para o período.
Apesar da projeção indicar leve recuo em relação aos R$ 1,05 distribuídos atualmente, o patamar de rendimento seguirá elevado, de acordo com a casa, sustentado por uma reserva acumulada robusta de R$ 0,72 por cota.
- SAIBA MAIS: Veja como receber uma carteira para gerar renda passiva, além de relatórios, análises econômicas e plantão de dúvidas com analistas da Empiricus
Além dos dividendos, a XP reforça que a tese de investimento no HGCR11 se apoia em três pilares principais:
- Gestão ativa e qualificada;
- Carteira com risco moderado e garantias sólidas;
- Rentabilidade implícita atrativa, equivalente a IPCA +9,6% ao ano;
Desempenho favorecido por inflação e corte de despesas
No acumulado de 2025 até junho, o fundo apresentou receita de R$ 6,87 por cota, avanço de 9% na comparação anual. Esse desempenho, segundo a corretora, foi impulsionado principalmente pela alta da inflação no primeiro semestre – o que ajudou na parcela de juros e correção monetária -, além da redução de 15% nas despesas totais.
O resultado distribuível somou R$ 6,54 por cota no mesmo período, um crescimento de 14% em relação ao mesmo período do ano anterior, o que viabilizou o aumento dos rendimentos mensais.
Inadimplência pesa no curto prazo
Apesar dos números positivos e da recomendação de compra, o relatório destaca como principal ponto de atenção a inadimplência do CRI Quota, que representa 4,45% do patrimônio líquido do HGCR11 — fator já incorporado nas projeções da XP para a leve redução dos dividendos.
A empresa devedora deixou de pagar a parcela vencida em abril, o que resultou no vencimento antecipado da operação e no início da execução das garantias.
Essas garantias incluem, entre outros itens, a alienação fiduciária de sete escritórios comerciais no Quota Corporate, um edifício localizado na região da Chácara Santo Antônio, em São Paulo, e classificado como AAA.
A XP considera que há margem razoável de segurança para a recuperação do crédito, ainda que o processo possa levar tempo e impactar o fluxo de recebimentos no curto prazo.
Em um cenário extremo, a perda total da operação afetaria o patrimônio líquido do fundo em 4,45%, mas esse risco, segundo a casa, já estaria parcialmente precificado, dado o desconto atual da cota em relação ao valor patrimonial (P/VP).
Rentabilidade abaixo dos pares
O relatório também destaca que, desde seu lançamento, o HGCR11 acumula rentabilidade de 140% do CDI bruto, considerando a variação da cota de mercado — desempenho inferior ao de outros FIIs do mesmo segmento.
Pela métrica de rentabilidade patrimonial ajustada, o retorno equivale a 9,6% ao ano ou IPCA +5,1%.
Ainda assim, a XP considera que a combinação de bom carrego, reservas acumuladas e execução ativa da gestão oferece potencial de geração de valor aos cotistas, principalmente se a inadimplência do CRI Quota for resolvida.
Fundo | HGCR11 |
---|---|
Recomendação da XP | Compra |
Preço atual (R$/cota) | 94,50 |
Preço-alvo (R$/cota) | 97,65 |
Potencial de valorização | 3,3% |
Yield estimado (12M) | 12,6% |