Zema quer privatizar Copasa (CSMG3) até abril e levantar pelo menos R$ 10 bilhões
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, afirmou que pretende privatizar a Copasa (CSMG3) até abril. Segundo ele, em entrevista nesta segunda-feira (8), todos grupos privados do setor no país já teriam manifestado interesse na companhia de saneamento mineira, o que poderia movimentar pelo menos R$10 bilhões.
O projeto que abre caminho para a privatização da Copasa já passou em primeira votação na Assembleia Legislativa de Minas Gerais e Zema acredita que a segunda e definitiva votação acontecerá ainda esse ano.
“Estamos muito confiantes que a aprovação na Assembleia será esse ano ainda”, disse Zema à Reuters neste final de semana.
A privatização da companhia é uma das prioridades do governador mineiro que deve se desincompatibilizar do cargo até abril de 2026 para se candidatar à Presidência da República pelo partido Novo.
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Zema aposta que a privatização ocorrerá antes de deixar o governo de Minas. “No primeiro trimestre esse processo deve estar bem agilizado e, talvez, em março ou abril já tenha condições de ter o leilão”, disse Zema.
O governador mineiro afirmou que a privatização da Copasa deve atrair grupos privados e cerca de cinco empresas podem participar do certame. “Estamos muito bem assessorados e queremos um concorrência maior possível porque com isso você faz um processo mais eficiente. Esperamos ter três a cinco interessados”, disse Zema.
Um dos interessados pode ser a paulista Sabesp (SBSP3), privatizada em 2024. Em novembro, o presidente da Sabesp, Carlos Piani, afirmou que a Copasa “é um ativo incrível” e que a empresa “tem a obrigação de olhar”.
Ao ser questionado se grandes empresas privadas de saneamento já presentes no país, como Aegea e Iguá Saneamento, poderiam participar do leilão, Zema disse que “todas (as grandes empresas de saneamento) com certeza estarão participando”.
“(A Copasa ) é uma das últimas grandes empresas a serem privatizadas e as empresas vão ponderar muito sobre isso. Depois de Copasa, se tem mais uma outra empresa em outro estado, é pouca coisa e muito menor que a Copasa”, disse Zema.
O governador de Minas destacou que a Copasa tem um valor de mercado na bolsa de aproximadamente R$ 10 bilhões – cerca de R$16 bilhões na tarde desta segunda-feira, segundo dados da LSEG – e a privatização pode gerar uma arrecadação ainda maior.
A Copasa atualmente é controlada pelo governo de Minas Gerais, que detém 50,03% das ações da empresa.
“O estado tem o controle de empresa…e sempre se paga um prêmio pelo controle, não é simplesmente falar ‘o Estado tem o controle e vai receber esse valor’. Vai ser algo a mais. R$10 bilhões, daí para mais”, acrescentou.
Questionado sobre a elétrica Cemig, Zema afirmou que mantém planos para privatização da empresa, mas considera que o tempo está muito apertado para vender a estatal antes de deixar o cargo em abril de 2026.
A matéria ainda precisa de ser aprovada pela assembleia mineira. “Não entra mais a Cemig no meu plano de gestão porque só estarei lá até 4 de abril, mas espero que o vice-governador – Mateus Simões de Almeida – que vai assumir consiga levar adiante.
“Não se fala nada de Cemig antes de concluir Copasa. Primeiro, todo esforço na Copasa. Mas gostaria que (Cemig) avançasse”, finalizou.
As ações da Copasa exibiam alta de 4,9% às 15h13, cotadas a R$43,83. O papel acumula valorização de mais de 120% neste ano em meio às expectativas dos investidores com os movimentos do governo mineiro para a privatização da companhia.