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Lucro recorde, dividendos e expansão: CSU (CSUD3) está na ‘ponta oposta’ da fase ruim das techs

22 mar 2023, 10:58 - atualizado em 22 mar 2023, 10:58
Pedro Alvarenga, diretor de RI da CSU Digital
Pedro Alvarenga, diretor de relações com investidores da CSU Digital (Imagem: Divulgação/CSU)

Marcado pelo cenário de inflação e juros elevados, 2022 não foi dos melhores para as empresas de tecnologia. Enquanto alguns players entregaram números operacionais e financeiros aquém do esperado, outros repaginaram os negócios e conseguiram atingir níveis recordes ao longo do ano.

É o caso da CSU Digital (CSUD3), que está na “ponta oposta” do movimento de desaceleração do setor e concluiu um dos anos mais importantes de sua história, destacou Pedro Alvarenga, diretor de relações com investidores da companhia, ao Money Times.

A CSU divulgou na noite desta terça-feira (21) seus resultados do quarto trimestre de 2022, renovando recorde de lucro líquido, a R$ 22 milhões, avanço de 31,5% em relação ao mesmo intervalo de 2021.

No ano cheio de 2022, a empresa de soluções para meios de pagamentos totalizou ganhos de R$ 73,6 milhões, crescimento de 21,6% no comparativo anual.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) do quarto trimestre subiu 11,5% ano a ano, totalizando R$ 42,7 milhões. No acumulado do ano, o indicador chegou a R$ 166,1 milhões positivos, montante 9,6% superior a 2021.

No quarto trimestre, a receita líquida da companhia cresceu 7,8% em relação a um ano antes, para R$ 138,5 milhões. Ao fim do período, a CSU chegou ao recorde de 35,9 milhões de unidades de cartões e contas cadastradas nas bases.

Em 2022, a CSU expandiu em 4,5% a receita líquida, totalizando R$ 537,2 milhões. Foram processados R$ 268,1 bilhões nas plataformas da empresa, alta de 21,8% em relação a 2021.

Repaginada

2022 foi, de fato, um ano transformador para a CSU. A mudança de marca, a diversificação do portfólio de produtos e o processo de internacionalização das operações são apenas alguns itens do ambicioso plano estratégico de expansão da companhia.

Alvarenga relembrou que os últimos anos foram de grandes investimentos para a CSU, visando a consolidação de sua plataforma com a entrada de novos produtos e serviços.

A aceleração do processo de digitalização abriu avenidas de crescimento para a companhia, que passou a desenvolver soluções de Banking as a Service (BaaS), gerenciamento de atividades de Customer Experience e está nos preparativos para lançar um novo produto, de Middle Office, dentro do conceito de Digital Tracking.

“A CSU é uma empresa de infraestrutura tecnológica. Adicionalmente, ajuda o cliente a operar. Não adianta entregar produto financeiro e não dar sustentação ao operacional. É complexo, tem muita etapa. A gente viu que é muito importante apoiar [o cliente]”, comentou o executivo.

Alvarenga reforçou que a CSU está de olho nas demandas do mercado. Um exemplo disso é o lançamento recente de ferramentas voltadas às novas soluções de pagamento da indústria, como o Pix Parcelado e transações com uso de criptomoedas.

“O Pix Parcelado é um produto novo de crédito que vai trazer mais solução, da mesma forma que os criptoativos fazem parte do portfólio de várias pessoas”, explicou o diretor de RI.

“Tem muito produto novo caminhando. A gente vê com muita clareza que o mercado trará cada vez mais soluções”, completou.

Mirando as oportunidades do mercado, a CSU, em dezembro de 2022, deu início ao processo de abertura de seu escritório em Miami, nos Estados Unidos. Alvarenga destacou que a internacionalização da marca foi um fator decisivo para atender os clientes nacionais que, por sua vez, contam com clientes no exterior.

“Muitos dos nossos clientes caminham para a internacionalização das operações. Em 100% das vezes, os Estados Unidos são o endereço”, disse o executivo.

Em comunicado enviado ao mercado na época do anúncio, a CSU disse que o escritório em solo norte-americano pode ser visto como um “hub” para a estratégia de expansão internacional da companhia.

CSU Digital CSUD3
CSU declarou R$ 36,8 milhões em proventos em 2022 (Imagem: Divulgação/CSU)

Reaproximando a empresa dos investidores

O mercado parece não ter comprado ainda a ideia da CSU. Diante do cenário macro desafiador e do movimento de aversão a risco nos mercados, as ações da companhia acumulam queda de aproximadamente 21% em 2023.

Na avaliação de Alvarenga, existe também um grande desafio no mercado de capitais de reaproximar a empresa dos investidores.

Mas, aos poucos, construindo uma agenda mais intensa e dando mais visibilidade ao plano de negócios, a companhia deve começar a entrar no radar do mercado, avaliou.

“É um trabalho gradativo. A gente destaca para o mercado a consistência de entrega da companhia, principalmente no mercado de tecnologia”, comentou Alvarenga, citando a fase ruim do setor, com players entregando resultados aquém do esperado no ano passado.

“Estamos na ponta oposta, somos uma empresa que cresce”, defendeu o executivo.

A entrega de resultados em 2022 se transformou em remuneração aos acionistas: foram, ao todo, R$ 36,8 milhões em proventos declarados no ano – R$ 22,2 milhões em juros sobre o capital próprio (JCP) e R$ 14,6 milhões em dividendos complementares -, atingindo um payout de 50% do lucro, acima da média histórica de 40%.

Segundo Alvarenga, com uma geração de caixa robusta e sem operações de M&A (fusões e aquisições) no horizonte, manter uma distribuição alta é a tendência natural para a CSU.

Na última semana, o conselho de administração da CSU aprovou o pagamento de R$ 6 milhões em JCP, referentes ao primeiro trimestre de 2023.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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