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A economia brasileira vai contramão do mundo (e, desta vez, isso talvez não seja ruim)

30 maio 2022, 12:07 - atualizado em 30 maio 2022, 12:07
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Otimismo: tudo indica que o setor de serviços deve puxar o crescimento da economia brasileira (Imagem: Ag. Brasil/ Marcelo Camargo)

A semana já começa com otimismo para a economia brasileira, em que o índice geral de preços, IGP-M, apresentou alta de 0,52% frente a abril, quando a leitura foi de 1,41%. O resultado foi influenciado por menores pressões dos preços dos combustíveis na passagem do mês, contribuindo para a hipótese de que a inflação ao consumidor fez o seu pico.

Já outros dois dados divulgados nesta segunda-feira (30) foram o índice de confiança tanto para o setor de serviços quanto para o comércio pela FGV. O primeiro avançou 2,1 pontos em maio, enquanto a confiança para o comércio avançou 7,4 pontos no mesmo mês, ambos explicados pela evolução favorável das expectativas e da demanda.

Frente ao otimismo para a nossa economia, que anda em sentido contrário às principais economias do mundo, os dados acima chamam a atenção para os setores cíclicos, ou seja, aqueles que performam bem quando a economia vai bem, com a tendência de apresentar bons resultados no decorrer dos próximos meses.

O motivo para esse cenário poderá ser confirmado com os dados que serão divulgados no decorrer da semana para economia brasileira: PIB do primeiro trimestre de 2022, taxa de desemprego assim como informações da indústria nacional.

Das divulgações acima, ainda que referentes aos meses passados, poderão nos trazer como setores de serviços assim como da indústria tem reagido a maior mobilidade e aos gargalos da cadeia produtiva mundial.

O novo protagonista da economia

Se, por um lado, os riscos frente à pandemia têm diminuído, levando ao otimismo de um PIB mais forte para a economia brasileira, em que a expectativa do mercado leva a um crescimento de pelos menos 1,2% no primeiro trimestre frente ao último trimestre de 2021, tudo leva a crer que o setor de serviços será o protagonista do crescimento, influenciando também os dados mais positivos que se esperam para o mercado de trabalho no país.

Contudo, chamo a atenção para a produção industrial no país, além do índice de preços ao produtor, assim como para as expectativas do setor, divulgados pelo PMI.

Ainda com as incertezas quanto à retomada da economia chinesa assim como as preocupações quanto ao menor crescimento das principais economias do mundo, os impactos na inflação e nas expectativas de produção são fatores que deverão nortear as expectativas de crescimento para o segundo semestre deste ano.

Dessa forma, o destaque da semana para o investidor ficará para os dados econômicos da economia brasileira, que, na contramão do mundo, segue para a taxa terminal de juros explicada pelas expectativas do processo de desinflação e para as expectativas de crescimento econômico, que refletem um setor de serviços em recuperação.

Fernanda Mansano é mestre em economia com experiência de mais de 10 anos no mercado financeiro, passando por instituições financeiras e a bolsa de valores brasileira. Atualmente é economista-chefe na Empiricus.

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