Comprar ou vender?

A elétrica que pode rir à toa com a federalização da Cemig (CMIG4)

23 nov 2023, 16:19 - atualizado em 23 nov 2023, 16:27
Taesa
Na última sessão, a Cemig, por exemplo, chegou a cair mais de 12%, mas conseguiu diminuir a queda

A federalização da Copasa (CSMG3) e Cemig (CMIG4) caiu como uma bomba no mercado após Romeu Zema, governador de Minas Gerais, sinalizar apoio à proposta, encabeçada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e membros do Governo Federal. Esperava-se que o político se mostrasse contrário, já que a privatização de ambas as empresas é uma das suas principais promessas de campanha.

Com a possível mudança de mãos, quem não gostou mesmo foi o investidor. Além da venda para o setor privado se tornar cada vez mais distante, a gestão das companhias, hoje elogiada por analistas, mudará. Na última sessão, a Cemig, por exemplo, chegou a cair mais de 12%, mas conseguiu diminuir a queda. Copasa fechou com perda de pouco mais de 2%.

Porém, por volta das 15h52, Cemig ampliava o tombo para 3,26%, enquanto Copasa exibia recuo de 2,42%. Apesar dos analistas classificarem o processo como difícil de ser executado, os riscos estão postos à mesa.

  • Federalização da Copasa e Cemig: Qual o impacto da mudança para as empresas? Saiba o que fazer com as ações no Giro do Mercado desta quinta-feira (23), é só clicar aqui:

E quem pode ganhar com a federalização?

Nesse entrevero, uma ação, no entanto, pode sair vencedora: a Eletrobras (ELET6). Isso porque para analistas, a chegada da Copel e Cemig à Brasília pode diminuir a disposição do governo em seguir com o processo que pede maior poder do Estado na companhia recém privatizada.

Atualmente, a União detém 43% das ações ordinárias da elétrica, mas a empresa está sujeita à proibição de que acionista ou grupo de acionistas exerçam votos em número superior a 10%.

“Acreditamos que isso poderia ter um impacto positivo para a elétrica, uma vez que o ruído político em torno da empresa poderia esfriar se o governo federal voltasse sua atenção para uma concessionária tão relevante como a Cemig”, coloca o BTG Pactual em relatório enviado a clientes.

Já a Genial explica que esse vento seria positivo, uma vez que se há interesse do governo federal em ter uma estatal do setor de energia elétrica, a federalização da Cemig iria nesse sentido (empresa integrada, tamanho razoável etc).

“Teoricamente, a materialização desse desejo deveria reduzir o impacto do governo federal em rever os voting rights da Eletrobras”, coloca.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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