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“A fintech 2.0 roda em cripto. Não é uma repaginação do produto do Nubank”, diz gestor da QR Capital

28 jul 2022, 17:21 - atualizado em 28 jul 2022, 17:21

Thiago Salomão Market Makers

É com essa afirmação que estreia o primeiro episódio da série de Podcasts do Market Makers voltado para o mercado de criptoativos.

Em mais um episódio do podcast Market Makers, produzido por Thiago Salomão e Renato Santiago em parceria com a Empiricus (controladora do Money Times), é dito que o mercado cripto vale mais de 1 tri e já se tornou grande demais para ser ignorado pela faria lima, bancos ou por eles mesmo.

No primeiro episódio da série “Criptoverso”, chamado “dúvidas existenciais de um faria limer sobre cripto”, os temas abordados tem o objetivo de introduzir o assunto aos ouvintes e “molhar os pés” neste mercado.

“Porquê investir em um ativo que não possui fluxo de caixa? Como é que pode ser reserva de valor se é tão volátil, quando que tudo isso vai fazer parte da vida real”, são as perguntas que provocam o começo do episódio.

Os convidados do episódio são Alexandre Ludolf, da QR Asset e Felipe Sant’ana da Paradigma Education, plataforma de conteúdo educacional de cripto.

Veja o episódio na íntegra:

Tradicional de mãos dadas com Cripto

Ludolf explica que veio do mercado financeiro e acredita que, em breve, tudo terá a mesma sinergia no mercado.

“A distinção entre mercado tradicional e mercado digital vai acabar. Será apenas alguém que trabalha com tecnologia. Criptoativos são somente uma faceta de tecnologia, e não um universo a parte”, comenta.

Para Sant’ana, a grande questão sobre o “cinismo” do mercado tradicional com cripto é questionar o que é o dinheiro.

“Depois que Satoshi Nakamoto, criador do Bitcoin, provou em 2009 que o dinheiro poderia ser digital, descentralizado e apolítico muitos começaram a se fazer essa pergunta”, explica.

Nakamoto mostrou ao mundo que o dinheiro não necessariamente precisa ter controle de uma entidade política, sequer ficar à deriva dos “rumores de banqueiros”, conforme diz.

A conversa continua em torno de como essa “revolução monetária e tecnológica” está mudando todas as verticais, e como idéia de um dinheiro descentralizado pode mudar o poder monetário de mãos e tornar formas de organizações disruptivas.

Moeda ou ativo de risco?

Salomão pergunta aos convidados como o bitcoin poderia ser visto como uma moeda de troca devido sua alta volatilidade 

“Não está sendo tão usado como moeda, mas não é isso que estamos vendo. Até agora pouca gente está usando como dinheiro”, diz.

Felioe Sant’ana traz a metáfora do navio de teseu em que o heróis da grécia antiga remenda seu navio pouco a pouco, e o questionamento que fica é se realmente trata-se do mesmo návio.

“Com bitcoin acontece um pouco isso. No começo poucos prestavam atenção, hoje em dia centenas de pessoas já detém ou usaram bitcoin. É muito provável que a narrativa continua mudando assim como já mudou”.

Ele explica que, apesar do whitepaper do bitcoin ter a palavra “cash”, ou dinheiro em inglês, muitos acreditam atualmente que não é a real finalidade do ativo, mas sim como um ouro digital.

Ele diz acreditar que a criptomoeda vá evoluir para uma moeda de troca.

“Quando [o bitcoin] estiver muito mais maduro, e muito menos volátil, e com muito mais capital dentro da classe de ativos, ele pode se tornar uma unidade de conta. O bitcoin tem 12 anos. O ouro tem 5 mil anos e o dólar tem cerca de 100 anos. Muita coisa para acontecer ainda”, diz Sant’ana.

Ludolf acrescenta a tecnologia da rede Lighting como forma de escalar o bitcoin. Para ele, cripto é onde a inovação está acontecendo em cripto.

“A fintech 2.0 roda em cripto. Não é uma repaginação do produto do Nubank”, diz.

Ele relembra que a Lira Italiana jâ foi a maior reserva de valor do mundo em um momento da história moderna.

As moedas vem e vão, existem pontos na história de apogeus e quedas de civilizações, como aponta o gestor.

“Quem tinha um pouco de bitcoin na Argentina ta melhor do que quem não tinha. Tão simples quanto isso”, diz.

Veja o episódio na íntegra:

CBDCs e criptos

Em meio a conversa é comentado sobre a reação dos governos à tecnologia. O host diz sobre como as moedas centralizadas emitidas pelos Bancos Centrais (CBDCs) podem ser auditados e olhados do que a que existe atualmente.

Para Sant’anna, as CBDCs, na realidade, concorrem muito contra as stablecoins que “se dizem estáveis”. O sentimento do analista em relação à implementação das CBDCs é medo.

“Olha o que aconteceu recentemente, dois episódios bizarros na china na minha opinião. Em um deles, tinha um banco regional com problemas e os correntistas começaram a correr para sacar. O governo colocou todos no passaporte sanitário como vermelho e impediram a população de acessar o banco por suspeita de Covid 19. Mesma coisa para coibir uma manifestação no país.”

Foi comentado também sobre o episódio do Canadá, onde o país colocou os caminhoneiros em greves na legislação de terrorismo.

Para ele vai existir a necessidade de stablecoins é real, mas ainda assim vai o dólar digital existirá.

“Papel moeda vai acabar, CBDC é a revolução da moeda fiduciária. O papel moeda aumenta riscos de evasão fiscal, como sempre vemos no Brasil casos de maletas e dinheiro na cueca”, finaliza.

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Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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