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A Globo vai fechar? Como estão as finanças da maior emissora da América Latina

17 jan 2022, 13:19 - atualizado em 17 jan 2022, 13:19
TV Globo
Mesmo com alguns desafios, a Globo segue com boa posição financeira, destaca a Fitch (Imagem: Linkedin)

A perda de eventos esportivos importantes, — como a Libertadores, jogos da seleção brasileira e a Fórmula 1 —, além da saída de estrelas de um pedaço de seu elenco de artistas e apresentadores, levantaram alguns rumores sobre a saúde financeira da Globo, a maior rede de comunicações da América Latina.

Apesar disso, a emissora segue com um caixa robusto e uma boa posição financeira, revela a Fitch.

No começo do mês, a agência classificadora de risco atribuiu um rating BB para uma proposta de emissão de dívida no valor de US$ 400 milhões.

A empresa usará os recursos para amortizar antecipadamente parte de suas notas com vencimentos em 2025 e 2027.

“O caixa líquido da Globo e sua forte posição competitiva no setor brasileiro de mídia sustentam seu rating em moeda local, apesar da queda de seu desempenho operacional nos últimos anos, devido à migração das receitas de publicidade para outras plataformas e ao impacto negativo da pandemia”, coloca a agência.

Boa posição financeira

A Fitch destaca que a Globo possui uma das estruturas financeiras mais fortes da região, sustentada por sua posição líquida de caixa.

Enquanto o conglomerado possui caixa e aplicações financeiras de R$ 12 bilhões, a sua dívida está na ordem de R$ 5,7 bilhões.

A empresa deve manter ainda um caixa líquido de R$ 7 bilhões a R$ 10 bilhões, projeta a agência.

“A magnitude destes recursos proporciona à empresa significativa flexibilidade financeira, apesar da desvalorização do real frente ao dólar. A Globo tem flexibilidade para adiar ou reduzir o pagamento de dividendos”, coloca.

Em 2021, a Globo fechou o ano com receita líquida de R$ 14 bilhões e Ebitda (que mede o resultado operacional) de R$ 122 milhões, com margem de 0,9%.

Apesar disso, só o reagendamento de jogos de futebol custou à emissora cerca de R$ 503 milhões em impactos no Ebitda. 

Em 2022, a receita líquida deve crescer 11%, para R$ 15,7 bilhões, principalmente devido ao aumento do número de assinantes da Globoplay, enquanto o Ebitda de R$ 891 milhões levará a uma margem de 5,7%, calcula. 

Televisão
Televisão perdeu grande importância nos últimos anos (Imagem: Divulgação)

Desafios

A perda de audiência da televisão é o maior desafio que a Globo terá que enfrentar, destaca a Fitch.

Programas tradicionais, como o Jornal Nacional e o Fantástico, vêm perdendo pontos de audiência ano após ano, apesar da emissora segurar a liderança. 

Em 2021, a empresa respondia por 34% da audiência televisiva nos primeiros meses do ano, chegando a 39% no horário nobre.

A Fitch lembra, porém, que o mercado brasileiro de TV paga enfrenta uma retração – no final de 2020 havia 14,8 milhões de assinantes, 24% menos que os 19,5 milhões de 2014.

“A estratégia da Globo para enfrentar as mudanças no mercado e o declínio de seu negócio de transmissão de TV tradicional incluiu o lançamento da Globoplay”, pontua.

Segundo a Fitch, o número de assinaturas da Globoplay aumentou rapidamente — 27% no período de 12 meses encerrado em setembro de 2021.

Já a participação de conteúdo e da programação nas receitas deve chegar a 40% em 2022, contra 36% em 2019.

“A Globoplay está expandindo sua base de assinantes por meio de ofertas de pacotes e parcerias, que devem continuar desempenhando um importante papel estratégico”, completa.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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