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A realidade por trás das ‘criptomoedas meme’ que fazem milionários em horas; ‘Quase todas vão a zero’

08 maio 2023, 18:08 - atualizado em 08 maio 2023, 18:08
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A diferença destas criptomoedas para as que buscam ter um propósito é a especulação como base de fundamento, e a necessidade de marketing para sua valorização (Imagem: Pexels/Alesia Kozik)

Recentemente, a temática sobre criptomoedas meme, ou memecoin, ganhou espaço no mercado de criptoativos. Bastante em função da Pepecoin (PEPE), que chegou a acumular mais de 5.000.000% em cerca de três semanas, desde sua criação.

No momento da publicação desta matéria, a Pepecoin, todavia, derrete cerca de 40% em poucas horas. O motivo parece ser simples para os analistas: a realização de lucros.

É preciso tomar cuidado com esse tipo de investimento, e saber separar o arriscado do golpe. Grande parte destas criptomoedas nasce em corretoras descentralizadas, antes de serem listadas em corretoras maiores.

No meio do caminho podem existir golpes, fraudes, e mesmo quando não há, o caminho ainda pode ser perigoso. .

Vale ressaltar que o mercado pode ser um velho-oeste, pela dificuldade de rastrear ou regular as pessoas que criam criptomoedas.

Por não haver uma regulação específica, o que será falado aqui não se trata de crime, mas pode ser prejudicial aos investidores de varejo.

A diferença destas criptomoedas para as que buscam ter um propósito é a especulação como base de fundamento, e a necessidade de marketing para sua valorização.

A maioria, inclusive, diz abertamente não ter utilidade alguma. A própria Pepe coloca no site oficial deles: “$PEPE é uma meme coin sem valor intrínseco ou expectativa de retorno financeiro. Não há equipe formal ou roteiro. A moeda é completamente inútil e apenas para fins de entretenimento”.

Confira algumas dicas levantadas pelo Crypto Times para navegar neste nicho do mercado de criptomoedas.

Antes de se arriscar verifique se é golpe

Para aqueles que se aventuram nas corretoras descentralizadas, antes das listagens em corretoras maiores, é preciso ter cuidado em dobro. Os preços tendem a ser mais baratos nesta fase, mas o perigo é maior.

Um dos motivos é que, corretoras centralizadas como Binance, OKX ou Gate.io, costumam ter uma equipe própria para avaliar esses ativos antes de postarem em suas plataformas.

Nestas corretoras existem uma grande variedade de agentes mal-intencionados, que no momento em que programaram o código do criptoativo podem ter colocado funções escondidas.

Entre os exemplos de funções mal intencionadas estão o travamento de negociação, ou seja, impossibilidade do investidor de vender aquele determinado ativo. O resultado é um fluxo de compra, indo diretamente para o bolso de quem criou a criptomoeda.

Existem sites que analisam os contratos inteligentes, ou seja, os códigos, por trás das criptomoedas como Token Sniffer. Neles é possível observar possíveis riscos de fraudes, ou agentes mal-intencionados. Esse é o primeiro passo para não perder dinheiro neste segmento do mercado cripto.

Após listagem em corretoras maiores, a confiança pode aumentar naquela criptomoeda, mas não quer dizer que o investidor pode abaixar completamente sua guarda. Mesmo nos cenários onde não existem códigos mal-intencionados, o risco ainda existe. Neste caso, o risco chama-se liquidez e volatilidade da moeda.

Um manifesto sobre as memecoins

Zeneca, uma personalidade entre os investidores de criptomoedas e NFTs, divulgou em seu perfil do Twitter um fio sobre o tema. Conforme diz para seus mais de 370 mil seguidores, ele mesmo era bastante entusiasta em buscar lucros nessa modalidade, e compartilha algumas dicas.

Ele reforça que, nesta modalidade, você é a saída de liquidez de alguém. Sempre. Ou seja, quando você compra, está servindo como liquidez para alguém realizar seus lucros.

“VOCÊ ESTÁ LITERALMENTE SEMPRE SAINDO DA LIQUIDEZ Esta é a mentalidade que você deve ter. As criptomoedas meme existem, em sua totalidade virtual, para que as pessoas que compraram antes de você possam vender para você. Se você compra, espera vender para outra pessoa por um preço mais alto. É um ponzi; mas divertido”, escreve.

Além disso, ele reforça sobre o medo de ficar de fora (FOMO em inglês). O sentimento pode ser causado propositalmente pela comunidade, para que aqueles que precisem de uma saída. O marketing exacerbado, compartilhamento de lucros exponenciais entre outros métodos podem ser fatores que influenciam o FOMO.

“SEUS AMIGOS DE CHAT NÃO SÃO SEUS AMIGOS Eu não posso te dizer em quantos chats degen eu já participei, onde todos estão se divertindo e bombeando fichas e aproveitando quando o número sobe. Literalmente, todos lá estão esperando ansiosamente para despejar em você assim que o preço subir o suficiente”, alerta.

Ele comenta também que o sentimento gerado, e os algoritmos das redes sociais, pode fazer com que pareça que você está ficando de fora de uma grande jogada, mas é preciso desconfiar de tudo e de todos.

Para Zeneca, uma certeza é que, destas criptomoedas, “quase todas vão a zero”.

“Você está efetivamente comprando bilhetes de loteria”. “Não gaste dinheiro de aluguel, ou dinheiro que seja significativo para você, em {meme coin}. Gaste uma quantia discricionária, se necessário, e fique bem com isso em zero”, escreve.

Por fim, é importante ressaltar que as criptomoedas memes são muito mais próximas de apostas esportivas do que investimento. O retorno pode ser exponencial, como é visto diversas vezes, bem como o prejuízo.

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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