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A solução é alugar o Brasil?

21 fev 2017, 11:17 - atualizado em 05 nov 2017, 14:07

Olivia Bulla é jornalista e escreve diariamente sobre os mercados financeiros no blog A Bula do Mercado.

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Olivia

Os mercados financeiros voltam a operar a pleno vapor nesta terça-feira, com o retorno do pregão em Wall Street. Mas as novidades no front econômico ainda são poucas, o que desloca as atenções para Brasília, onde o dia deve ser movimentado, com a sabatina do ministro afastado Alexandre de Moraes na comissão do Senado e a apreciação de projetos sobre a repatriação de recursos e sobre a recuperação fiscal dos Estados.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou ontem à noite que o plano da União que negocia as dívidas estaduais não “é nem mais nem menos que o necessário para que os Estados paguem suas contas”. O projeto prevê a privatização do serviços de energia e saneamento, tal qual aconteceu ontem no Rio de Janeiro, além de exigir também a venda de bancos.

Os recursos obtidos devem ser destinados à quitação de passivos, sendo que o empréstimo do governo aos Estados terá finalidade predeterminada pela União, entre elas, o desligamento voluntário de pessoal e o corte de subsídios já existentes. O texto deve ser enviado ainda hoje ao Congresso e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, prevê que o projeto seja votado até a primeira quinzena de março.  

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Os governadores têm criticado as contrapartidas exigidas ao socorro financeiro, que vão trazer sacrifícios à população, mas Meirelles mostrou a mão forte da União e a necessidade de ampliar o controle de gastos também aos Estados. Trata-se de mais um passo rumo ao ajuste fiscal prometido pelo governo Temer e que ainda depende da aprovação de reformas econômicas para ser efetivado.

Outra pauta que chega em breve ao Congresso é o projeto que libera a venda de terras a estrangeiros, cujo tema tem sido tratado diretamente pelo ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha – acusado de crime ambiental pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A proposta causa polêmica desde os anos 90 diante do temor de uma “invasão estrangeira” no país, mas a intenção do governo é que o texto seja votado após o carnaval.

Ontem, chamou atenção a decisão dos acionistas da Vale de tornar a mineradora em uma companhia de capital pulverizado. A empresa brasileira pioneira neste conceito de sociedade sem controle definido foi as Lojas Renner e o novo modelo societário permite uma igualdade de direitos entre os detentores de ações.

Com a medida, a Vale consegue se livrar da influência do governo nas decisões de negócios e abre caminho para a venda da mineradora no longo prazo. Nessa possível oferta a partir de 2020, os chineses estão de olho há tempos, a fim de se livrar da dependência do minério de ferro das mineradoras australianas.

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Também em foco está a sabatina do indicado para a vaga de Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal (STF). Além de senadores, Moraes também poderá ser sabatinado por cidadãos que enviarem perguntas e comentários através da internet.

Se for aceito, permanece a dúvida sobre quem irá assumir o lugar dele no Ministério da Justiça, após a recusa de Carlos Velloso para o cargo, na sexta-feira passada. O presidente Michel Temer precisa escolher um substituto para o cargo e a mesa de apostas ainda não tem um nome favorito.

Ao mesmo tempo, o governo tenta medir os efeitos de mais um integrante envolvido em esquemas de corrupção no âmbito da Lava Jato – o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira. Mas isso tem sido deixado em segundo plano.

Mesmo com o calendário doméstico fraco hoje, é o noticiário macro que tem pautado os mercados locais. Os investidores têm dado preferência às informações positivas, como inflação e juros em queda, em detrimento aos bastidores políticos.

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Assim, os negócios devem aguardar por indicadores e eventos econômicos mais relevantes para analisar e o grande destaque é são as sinalizações dos bancos centrais do Brasil (Copom) e dos Estados Unidos (Federal Reserve), amanhã.

Os investidores esperam por uma segunda dose de corte de 0,75 ponto porcentual na taxa básica de juros neste mês, o que levaria a Selic para 12,25%, e aguardam por pistas do Fed sobre quando deve ocorrer o primeiro aperto monetário deste ano. Enquanto isso, eles digerem dados de atividade na zona do euro e nos Estados Unidos, conhecidos pela manhã.

Hoje mais um membro votante do colegiado do Fed, o presidente da distrital da Filadélfia, Patrick Harker, disse que a opção de elevar os juros norte-americanos em março segue na mesa. Os comentários dele fortalecem o dólar, mas não inibem um sinal positivo entre as bolsas internacionais, com Nova York ditando o ritmo. As commodities também avançam, diante do aumento da demanda chinesa.

Os investidores mantêm o otimismo elevado, na expectativa pelo plano “fenomenal” do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre corte de impostos, que deve acelerar o crescimento econômico norte-americano e, de quebra, mundial, gerar inflação nas principais economias desenvolvidas. Ainda assim, há certa cautela nos mercados, antes dos eventos previstos para amanhã.

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Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
olivia.bulla@moneytimes.com.br
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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