A sonda que move a aposta bilionária da Petrobras na foz do Amazonas

Com 238 metros de comprimento, torre de 64 metros de altura e capacidade para perfurar até 12,1 mil metros de profundidade, a sonda de perfuração NS-42 é o centro da nova operação da Petrobras na Margem Equatorial, no Amapá.
O custo diário da embarcação chega a R$ 4 milhões, segundo a FUP (Federação Única dos Petroleiros) e uma fonte da própria estatal. Desde agosto, a sonda está posicionada na costa amazônica brasileira em fase de avaliação pré-operacional. Agora, com o aval ambiental concedido, a Petrobras informou que a perfuração começa imediatamente e deve se estender por cinco meses.
O poço fica no bloco FZA-M-059, a cerca de 500 quilômetros da foz do Rio Amazonas e 175 quilômetros da costa do Amapá, em uma área de 2.880 metros de profundidade. O objetivo é verificar se há petróleo e gás com potencial econômico na região, sem produção nesta fase inicial.
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“Até agora já se perdeu R$ 180 milhões com a sonda parada lá”, disse uma fonte da Petrobras, sob condição de anonimato, à CNN. “Isso é o custo só do aluguel da sonda, sem falar as pessoas todas envolvidas”, completou.
Mais de 400 profissionais participaram dos testes, que envolveram helicópteros e outras embarcações. Essa etapa foi decisiva para a aprovação do projeto nesta semana pelo Ibama.
Apostando alto
A sonda NS-42, também chamada de ODN II, pertence à empresa Foresea e tem capacidade para acomodar até 180 pessoas a bordo. Já foi utilizada pela Petrobras em outras operações e agora volta a ser peça-chave da nova frente de exploração da estatal na foz do Amazonas.
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A companhia destinou R$ 3 bilhões ao projeto, valor que representa cerca de 40% dos investimentos previstos até 2030 — montante semelhante ao destinado às regiões Sul e Sudeste, onde se concentram as operações do pré-sal.
Toda a operação ainda está na fase exploratória e não há confirmação sobre a existência de petróleo com alto grau de certeza na Margem Equatorial do Amapá. O plano da Petrobras se apoia em descobertas expressivas em regiões geologicamente parecidas na costa da Guiana e do Suriname, onde empresas como ExxonMobil e TotalEnergies encontraram reservas de petróleo de alta qualidade.
*Com informações da Agência Brasil