Comprar ou vender?

Ação da Fleury (FLRY3) fica ainda mais barata com Hermes Pardini (PARD3); euforia vai durar?

30 jun 2022, 15:15 - atualizado em 30 jun 2022, 15:21
Fleury
Ações da Fleury e Hermes Pardini disparam com anúncio de fusão; negócio é positivo, mas euforia não deve durar muito (Imagem: Fleury/Youtube)

Fleury (FLRY3) e Hermes Pardini (PARD3) firmaram acordo para criar uma das maiores empresas de saúde do Brasil, com 87 unidades de atendimento em 13 dos principais polos econômicos do país e 6,6 mil clientes lab-to-lab distribuídos pelo território nacional.

A receita bruta combinada das duas companhias, considerando o exercício de 2021, atingirá R$ 6,4 bilhões.

O negócio foi bem aceito pelo mercado. Por volta das 14h, as ações da Fleury disparavam 15%, enquanto a Hermes Pardini tinha alta de 20,38%.

A transação prevê para cada ação do Pardini o recebimento de R$ 1,2135 ação ordinária de emissão de Fleury e de uma parcela de R$ 2,15 em dinheiro, totalizando o valor do negócio em R$ 2,5 bilhões.

O BTG Pactual calcula que a Pardini está sendo avaliado em R$ 2,51 bilhões, ou um prêmio de 14% sobre o fechamento da ação de ontem.

Os analistas Samuel Alves, Yan Cesquim e Pedro Lima classificaram o acordo como positivo.

Segundo o trio, além da exposição geográfica complementar (a Fleury tem operações consideráveis em São Paulo e Rio, enquanto o Hermes Pardini está focado nos estados de Minas Gerais e Goiás) o negócio melhora o posicionamento para negociar as condições comerciais com os operadores nacionais de hospital.

“No entanto, também temos sentimentos contraditórios sobre o anúncio de hoje, já que o potencial aumento de capital deve ser altamente diluidor (mais de 15% da participação da NewCo). Esperamos que a empresa esclareça o uso dos recursos desse potencial oferta de ações durante a teleconferência de hoje”, coloca.

Sinergias

O BTG estima que as sinergias possam alcançar R$ 160 milhões a R$ 190 milhões em Ebitda incremental por ano, representando 10% da nova companhia.

Existem três pilares principais por trás das sinergias esperadas, aponta:

  • consolidação do mercado;
  • operacional, logística, produção e custo eficiência (incorporando as melhores práticas de cada empresa);
  • alavancar seu portfólio por meio da unificação de produtos e equipes médicas.

Bom momento para comprar Fleury e Hermes Pardini?

Na opinião do analista Flávio Conde, da Levante Investimentos, o negócio foi inesperado, já que Fleury e Hermes Pardini lideram o setor, junto com a Dasa.

Para ele, as duas empresas estão mal precificadas. “A recomendação é de compra. O negócio é muito positivo”, afirma.

Conde lembra que as ações despencaram em função dos planos de saúde, que afeta as receitas dessas companhias.

“As ações que já estavam baratas e vão ficar ainda mais baratas”, coloca.

Porém, ele acredita que a euforia vista nas ações hoje deve durar pouco. “Os investidores não estão comprando ações que dependem do consumo da pessoa física”, diz.

“São duas empresas bem gerenciadas, com margens altas, e que vão tentar corte de gastos via sinergia”, coloca.

O BTG afirma que a avaliação do Fleury é indiscutivelmente barata, “mas acreditamos que uma reclassificação efetiva agora dependerá da captura dessas sinergias e da estratégia de alocação de capital do Fleury, que atualmente não é totalmente compreendida pelos investidores e deve permanecer em destaque (na esteira da próxima aumento de quase R$ 1 bilhão)”.

“Enquanto aguardamos mais clareza na alocação de capital, mantemos nossa classificação neutra para Fleury, mas agora definitivamente com um viés positivo”, completa.

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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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