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Ação de centavos pode cair mais 35%, prevê Genial; 2024 será ‘extremamente desafiador’ para companhia

27 fev 2024, 8:39 - atualizado em 27 fev 2024, 8:39
O preço-alvo da ação caiu de R$ 0,90 para R$ 0,50 (Imagem: Reprodução/ Linkedin da Aeris)

A Aeris (AERI3) reportou “resultados fracos” no quarto trimestre de 2023 (4T23), na avaliação de Ygor Bastos, analista da Genial Investimentos, em relatório divulgado na última quinta-feira (22).

No período, a companhia atingiu uma receita líquida que chega a ordem de R$ 703 milhões — queda de 36% no ano e muito abaixo das expectativas da corretora, que esperava R$ 810 milhões.

O Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) chegou a R$ 34 milhões, queda de 30,7% na base anual.

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Após incorporar o balanço, a Genial destacou alguns pontos, entre eles volumes fracos e margens em queda, impactadas pela extensão do tempo de acabamento de pás e pelos menores volumes, que prejudicam a diluição de custos fixos.

Negociada a R$ 0,77, a corretora cortou a recomendação de AERI3 de “manter” para “venda“. O preço-alvo também caiu, indo de R$ 0,90 para R$ 0,50. A Genial prevê que o papel ainda tem potencial para cair 35,06%.

Resultado sem brilho

Na perspectiva da Genial, a falta de novos pedidos no curto prazo e o enfraquecimento do preço da energia, a longo prazo, trouxeram mais um “resultado sem brilho”.

“Ainda que crescendo em relação ao trimestre anterior, os sinais de desaceleração são evidentes, refletidos em volumes de produção que começam a desacelerar”, pontua.

A corretora lembra que Aeris realizou o descomissionamento de 5 linhas maduras, “antecipando uma tendência de inflexão negativa nos resultados operacionais e confirmando nossas expectativas de um 2024 extremamente desafiador”.

Para o ano, a Genial prevê uma retração na adição da capacidade fornecida no Brasil para 2 GW (gigawatt); entrada de novos competidores e aumento da competição.

“Temos observado algumas sinalizações de players chineses, como a Sinoma, fechando parcerias no mercado local”.

Além disso, a casa também destaca que, desde o final de 2022, os preços de energia para contrato de longo prazo se encontram “pouco atrativos” para novos investimentos em parques de energia eólica, o que acaba prejudicando as empresas do segmento.

Há luz no fim do túnel?

Na ponta positiva, Bastos sinalizou alguns pequenos sinais de reorganização interna e busca por otimização dos custos.

“Durante o trimestre, a empresa iniciou a recompra das debêntures AERI11 e AERI12, num montante total de R$ 41 milhões, apenas 3% dos R$ 1,3 bilhões emitidos com vencimentos em 2025 e 2026″.

Para a Genial, ainda existe a oportunidade da Aeris se aproveitar dos incentivos previstos no programa Nova Indústria Brasil, para captar crédito subsidiado via BNDES.

“Uma boa oportunidade para trocar passivos caros de curto prazo por dívidas incentivadas com um custo financeiro menor e vencimentos mais alongados”.

A casa também ressalta que 2024 será um ano de reestruturação para a Aeris, “que deve arrumar a casa no que diz respeito as suas dívidas através de captações como foi o recente follow on de R$ 400 milhões”.

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Repórter
Graduanda em jornalismo pela Universidade Estácio de Sá. Tem experiência cobrindo mercados, ações, investimentos, finanças, negócios, empreendedorismo, franquias, cultura e entretenimento. Ingressou no Money Times em 2021.
janaina.silva@moneytimes.com.br
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