Ação de dividendos? JBS (JBSS32) surpreende Goldman e BTG em 1º evento para investidores após listagem na NYSE

A JBS, que passou a ser negociada na Bolsa de Nova York (NYSE) no último dia 13 de junho, sob o ticker (JBS) — na B3, as ações passam a ser negociada por meio de BDRs (Brazilian Depositary Receipts), sob o ticker JBSS32 —, realizou seu primeiro Capital Markets Day (Dia do Mercado de Capitais, em tradução livre), que reuniu investidores e abordou as prioridades estratégicas da companhia.
Dos dados apresentados, o Capex (Despesa de Capital) de crescimento orgânico em torno de US$ 1 bilhão por ano, nos próximos cinco anos, superou as expectativas do Goldman Sachs, embora grande parte dele seja compensado por melhores margens e maior exposição a produtos de marca.
“Ficamos também encorajados pelo compromisso da gestão com uma distribuição de dividendos mais consistente, que pode alcançar um rendimento anual entre médio e alto de um dígito. Com um valuation atrativo, execução operacional robusta, diversificação geográfica e de produtos de ponta, balanço patrimonial sólido e geração estável de fluxo de caixa livre, a JBS oferece o maior potencial de valorização entre as empresas de nossa cobertura no Brasil”, apontam Thiago Bortoluci e Nicolas Sussmann.
Os analistas do banco contam com uma recomendação de compra para as ações da JBS, com preço-alvo de 12 meses de US$ 19,50 (potencial de alta de 40,6%) para os papéis Classe A e R$ 111,40 (potencial de alta de 46,7%) para os BDRs.
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JBS: Uma ‘ação de dividendos’, segundo o BTG Pactual
O BTG Pactual reforça que a listagem nos EUA representa um novo capítulo para uma empresa que buscava há quase nove anos ter suas ações disponíveis em Wall Street.
“Acreditamos que a listagem nos EUA não tem apenas o objetivo de capturar uma possível reprecificação de valuation, que poderia ocorrer à medida que os investidores percebam que a JBS não merece ser negociada com mais de 30% de desconto em relação à Tyson Foods (TSN). Ela também visa proporcionar à empresa maior flexibilidade de capital e recursos para buscar um crescimento em ritmo semelhante ao de seus primeiros anos”, veem Thiago Duarte e Guilherme Guttilla.
Segundo os analistas, a JBS pretende manter uma distribuição mínima de dividendos de cerca de US$ 1 bilhão por ano, desde que sua alavancagem líquida permaneça dentro da “zona de segurança” de 2 a 3 vezes o Ebitda (atualmente está em 2x).
“Essa distribuição equivale a um dividend yield anual de 6% no preço atual da ação. Assumindo uma taxa de retorno de até 20%, a JBS espera alcançar um crescimento real de receita de 4% a 6% nos próximos 5 a 6 anos, com crescimento de Ebitda ainda maior, já que isso incluirá negócios de maior margem”.
Para o banco, a projeção parece extrapolar a taxa de crescimento e os níveis de investimento que a JBS já alcançou nos últimos cinco anos, período que coincide com o momento em que a empresa se tornou, segundo o CFO Guilherme Cavalcanti, uma “ação de dividendos”, quando o crescimento possibilitou maiores pagamentos.
“Além da possibilidade de negociar com múltiplos mais elevados, a listagem nos EUA e a introdução de diferentes classes de ações proporcionarão à JBS uma flexibilidade e recursos sem precedentes para impulsionar o crescimento, especialmente no segmento de alimentos preparados e de valor agregado”.
O BTG recomenda compra para ação, com preço-alvo de R$ 110 para o BDR (potencial de alta de 42,89%) e de US$ 19 (potencial de alta de 37,58%) para a ação negociada na NYSE.