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Ação do Banco do Brasil (BBAS3) na mínima do ano após 3T24; oportunidade ou cilada?

14 nov 2024, 17:40 - atualizado em 19 fev 2025, 16:15
Banco do Brasil fundo imobiliário TVRI11
Apesar da piora, algumas casas seguem otimistas com a estatal, sobretudo porque a administração sinaliza que o pior pode ter ficado para trás (Imagem: Tarcisio Schnaider/iStock)

A lua de mel entre o Banco do Brasil (BBAS3) e analistas parece que perdeu ainda mais força neste trimestre. Após entregar sequência de resultados excepcionais e ser quase uma unanimidade entre casas de análise, a tal inadimplência, puxada pelo agronegócio, bateu às portas da estatal, o que deixa parte do mercado preocupado.

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As ações BBAS3 chegaram a cair mais de 3% durante o pregão e atingiram o menor patamar do ano. Os papéis fecharam a sessão desta quinta-feira (14) com baixa de 2,24%, a R$ 25,37.



O lucro, de R$ 9,5 bilhões, alta de 8,3% e acima das expectativas, até foi saudado, assim como o ROE (retorno de rentabilidade), que apesar da desaceleração, de 21,6% para 21,3%, se manteve controlado.

Mas os números não foram suficientes para apagar as provisões para créditos de liquidação duvidosa, que cresceram 34,2% ano a ano, com a linha de risco de crédito aumentando 26,9%. O índice acima de 90 dias passou a 1,97%, de 0,71% um ano antes.

O BB também elevou sua provisão de R$ 34 bilhões a R$ 37 bilhões (de R$ 31 bilhões a R$ 34 bilhões antes), mas diminuiu o crescimento das despesas administrativas de 5% a 7% (de 6% a 10% anteriormente), mantendo as outras linhas inalteradas.

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Em relatório, o JPMorgan escreveu que o BB conseguiu ficar abaixo de expectativas já fracas do mercado, com números piores do que esperado.

O principal obstáculo, segundo o JP, foi a qualidade dos ativos. Os LLPs (provisões para perdas com empréstimos, que são reservas que os bancos fazem para cobrir possíveis perdas com empréstimos que podem não ser pago) estavam 25% acima da expectativa, crescendo 34% no ano e à frente dos empréstimos em ritmo de 11%.

Ademais, o índice NPL (empréstimos não performantes, cujo pagamento está atrasado ou provavelmente não serão pagos) aumentou 30 bps (pontos-base) no trimestre para 3,3%, com o comercial e o consumidor subindo 20 bps cada, enquanto o agro aumentou quase 70 bps.

“Observamos nova formação de NPL em R$ 12,5 bilhões (contra R$ 9 a 9,5 bilhões em trimestres anteriores) e provisionamento da empresa abaixo da formação (bruto em 93%), com cobertura diminuindo para 178%”, dizem.

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Na visão do Bradesco BBI, a estatal apresentou tendências desafiadoras, apesar de um lucro líquido amplamente em linha com as expectativas.

“Destacamos a deterioração significativa na qualidade dos ativos do agronegócio, o que pressionou as despesas de provisão, e o benefício de uma menor taxa efetiva de imposto em cerca de 5% (frente ao segundo trimestre e estimativa de aproximadamente 20%) apoiou o lucro líquido”.

Já o BTG diz que o BB é o líder no agronegócio, o que pode facilitar na renegociação de termos para recuperar as perdas e executar garantias.

“Mas as métricas em deterioração significam que a bandeira amarela acabaram de ficar laranja”.

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Segundo a Genial, a qualidade dos ativos rurais deteriorou mais rapidamente do que o esperado, o que exigiu um aumento substancial nas provisões no trimestre, compensado por uma alíquota de imposto bem reduzida de apenas 5%.

“Embora tenha sustentado o lucro, indicou uma piora na composição da qualidade do resultado”.

O que fazer com o Banco do Brasil

Apesar da piora, algumas casas seguem otimistas com a estatal, sobretudo porque a administração sinaliza que o pior pode ter ficado para trás.

Em teleconferência com analistas, Felipe Prince, VP de controles internos e gestão de risco, disse que a própria evolução do plano safra “traz também a possibilidade da retomada”.

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Ainda segundo ele, não houve perda de rentabilidade.

“O milho também está vivendo um momento bastante favorável com a recomposição das margens no campo. Todo esse cenário, na hora em que se reúne, indica um movimento bastante favorável para que se caminhe para a normalização da inadimplência”.

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Para o quarto trimestre, a Genial espera cenário mais positivo, com uma melhora sazonal, redução no custo de crédito e maior aceleração na concessão de crédito.

“Apesar da piora na qualidade do lucro trimestral, continuamos vendo a companhia em um nível de rentabilidade interessante, sendo um dos melhores resultados dentre os incumbentes, tanto em termos de lucro quanto de rentabilidade”.

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Além disso, a casa vê as ações BBAS3 em múltiplos bem atrativos, negociando apenas 3,9 vezes o preço sobre o lucro de 2024, e 3,54x P/L de 2025 e 0,77x o preço sobre valor patrimonial 2024, acrescido de um dividend yield de 10,3% 2024e.

Dessa forma, a Genial reiterou a recomendação de compra com preço-alvo para o final de 2024 em R$ 34 (upside de 31%).

O BTG também reafirmou recomendação de compra, dizendo que embora não seja a principal escolha,”ainda achamos as ações do BB atraentes e acreditamos que taxa Selic mais alta oferece boa proteção de ganhos para 2025″.

A XP vê ‘níveis com desconto’, com recomendação de compra.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É também setorista de setor financeiro. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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