Comprar ou vender?

Ação do Banco do Brasil (BBSA3) pode saltar quase 50% até o fim do ano, nas contas da XP Investimentos 

11 abr 2025, 10:41 - atualizado em 11 abr 2025, 10:41
Banco do Brasil BBAS3
Para a XP Investimentos, o Banco do Brasil pode se beneficiar da alta na taxa Selic; a corretora manteve recomendação de compra para as ações (Imagem: iStock.com/Alison Calazans)

Na expectativa pelos resultados do primeiro trimestre de 2025 (1T25), a XP Investimentos atualizou os números esperados para Banco do Brasil (BBAS3) e elevou o preço projetado para as ações até o fim de 2025. 

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A XP aumentou o preço-alvo de R$ 37 para R$ 41 — o que representa um potencial de valorização de 48,8% sobre o preço de fechamento da última quinta-feira (10). 

“Apesar do provável cenário macroeconômico desafiador em 2025 e da maior inadimplência na carteira de Agronegócio (cerca de 1/3 da carteira de crédito do BB), esperamos que o lucro líquido cresça 4% em relação a 2024”, escreveram os analistas Bernardo Guttmann e Matheus Guimarães em relatório. 

Para eles, os resultados devem ser beneficiados, principalmente, pelos juros mais altos — considerando que cerca de 40% dos recursos do Banco do Brasil provêm de caderneta de poupança e depósitos judiciais, que remuneram 6% ao ano ante a Selic a 14,25%.

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É hora de comprar BBSA3? 

A XP Investimentos manteve a recomendação de compra para BBSA3, mesmo com o avanço de mais de 17% no ano. 

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“Vemos suas ações negociando a um valuation atrativo”, afirmam os analistas. “Em nossa visão, há um desconto excessivo [nos papéis], considerando que o BB atualmente entrega um ROE superior a 20%”, acrescentam. 

Para a XP, a defensividade da carteira do banco garante uma camada adicional de proteção frente a um cenário macro possivelmente pior, além de um dividend yield (rendimento do dividendo) relevante, de cerca de 10%, e o potencial de valorização das ações. 

O que esperar de Banco do Brasil

Para este ano, os analistas da XP esperam uma recuperação dos índices de capital.

“No final de 2024, o índice BIS havia diminuído para 13,8%. No entanto, para 2025, estimamos que a flexibilização da curva de juros, combinada com o crescimento de um dígito na carteira de empréstimos, será mais do que suficiente para restaurar os índices de capital”, afirmam os analistas. 

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Além disso, o crescimento da carteira de investimentos deve ser mais lento, “porém mais saudável”. 

“O BB espera aumentar sua carteira de crédito em um ritmo mais modesto. Em 2024, o banco cresceu 15,3%, enquanto a projeção para 2025 aponta para um crescimento entre 5,5% e 9,5%. Vemos esse ritmo de crescimento mais lento como alinhado com um cenário macro mais desafiador”, diz o relatório. 

O banco também deve se beneficiar das taxas de juros mais elevadas. Isso porque quase metade do financiamento do BB vem da poupança e depósitos judiciais — que são remunerados a 6% ao ano. Ou seja, o banco paga 6% e investe à taxa Selic, hoje em 14,25% ao ano. 

Os analistas ainda consideram a Carteira Agro ampla e diversificada. “Embora a qualidade do crédito tenha piorado nos últimos trimestres, ainda vemos o segmento como um ponto forte para o banco.” Hoje, o mercado de crédito do agronegócio tem cerca de 50% de participação no mercado.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.