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Ações para ter na carteira: Ibovespa despenca; o que comprar? 17 analistas elegem suas apostas

05 dez 2025, 17:55 - atualizado em 05 dez 2025, 17:55
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Para dezembro, analistas seguem vendo oportunidades em papéis mais estáveis e nas chamadas blue chips (Foto: iStock.com/primeimages)

O Ibovespa caminhava para renovar máximas nesta sexta-feira (5), mas foi atingido por uma bomba: Jair Bolsonaro indicou o seu filho, Flávio Bolsonaro, para concorrer à Presidência.

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Parte considerável do mercado acreditava que o governador Tarcísio de Freitas, mais alinhado aos interesses econômicos, fosse o escolhido.

Outro risco é a própria divisão na direita, já que o nome de Flávio não é consenso entre políticos do campo ideológico.

Momentos como esse, de forte correção, costumam testar a paciência do investidor. Mas tomar decisões no calor do momento raramente é o mais indicado.

O que os analistas dizem?

Para dezembro, analistas seguem vendo oportunidades em papéis mais estáveis e nas chamadas blue chips.

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A Ágora sustenta que os investidores voltarão a olhar mais para o cenário macroeconômico.

Um ponto de atenção recai sobre o projeto de lei 1087 — que isenta o imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil e aumenta a taxação sobre rendas mais altas — e que tem motivado discussões dentro das empresas.

“Isso pode mobilizar as companhias para a distribuição de dividendos até 31 de dezembro – o que pode reforçar o interesse em ações de empresas com caixa líquido ou baixa alavancagem, pensando na antecipação dos dividendos”.

O BTG já alertava para o fator de realização de lucros, que também pode explicar o tombo desta sexta-feira. Nos últimos quatro meses, o Ibovespa subiu 20% em reais e 25% em dólares.

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Já no acumulado do ano, a alta é de 53% em dólares — superando o S&P 500 com folga e a maioria dos principais pares latino-americanos.

Segundo o banco, houve um aumento no número de investidores que buscam realizar lucros recentes e reduzir posições.

“Para nós, o sinal é claro: os investidores estão menos confortáveis com o valuation após a alta e buscando reduzir o risco até o final do ano”.

Ainda segundo o BTG, a corrida eleitoral começará efetivamente no dia “em que Bolsonaro anunciar seu candidato”.

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Ainda está barata?

Já a Empiricus argumenta que, mesmo com a recente disparada, a bolsa segue barata.

“Aos 160 mil pontos, o múltiplo P/L 2026 do Ibovespa está em 10,8x, ainda abaixo da média de 10 anos e com espaço para valorização adicional”.

Para a casa, o próximo grande gatilho é doméstico: o corte da Selic, cuja mera sinalização pelo Banco Central já seria um catalisador — possivelmente ainda em dezembro.

A antecipação de dividendos até o fim do ano também pode ser um impulso adicional, motivado pela tributação acima de R$ 50 mil por mês a partir de 2026.

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“O ciclo de cortes da Selic pode superar 3 pontos percentuais, oferecendo um poderoso motor de crescimento de lucro para as companhias e conferindo fundamento à alta das ações brasileiras”.

Quais ações comprar

Em levantamento do Money Times, as escolhas para dezembro se concentram nas gigantes da bolsa. Veja:

Vale muito

A Vale (VALE3) voltou a ganhar protagonismo entre investidores. Ao todo, recebeu 11 indicações, coroando o bom momento na B3.

Pela primeira vez desde 2023, a ação ultrapassou os R$ 70. No ano, sobe 30%, e analistas acreditam que ainda há espaço para novos patamares.

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Segundo a Toro, que coloca a mineradora como top pick do setor, a empresa negocia com valuation atrativo, com desconto de 33% em relação às australianas.

Já a Ágora afirma que, embora os níveis atuais indiquem margem de segurança menor, “continuamos a ver espaço para novas valorizações”.

“Vemos alguns investidores questionando a capacidade da Vale de sustentar elevada remuneração aos acionistas no futuro, mas acreditamos que isso continuará sendo uma prioridade da administração”.

A Ágora estima entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão em dividendos extraordinários, mantendo a dívida líquida expandida abaixo de US$ 17 bilhões.

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Para 2026, com base no EBITDA estimado de US$ 16,9 bilhões, há espaço para distribuir US$ 3,5 bilhões em dividendos mínimos, o que implica yield de 6,7%.

Itaú cai, mas fica

Embora o Itaú (ITUB4) tenha perdido algumas posições em levantamentos anteriores, o banco segue entre os favoritos para dezembro.

Segundo a Ágora, os resultados do terceiro trimestre mostraram tendências favoráveis, ainda que majoritariamente dentro do esperado pelo mercado.

“Atualizamos nossa estimativa para o potencial dividendo extraordinário a ser pago pelo Itaú Unibanco, chegando a aproximadamente R$ 31 bilhões, considerando um crescimento de 4,5% na carteira em 2025”.

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A Toro elevou o preço-alvo do papel de R$ 44 para R$ 49 e manteve o banco como seu favorito no setor.

Petrobras

Mesmo com um cenário de mais investimentos — ponto que pesa contra a companhia — a Ágora diz que a expectativa de aumento de produção nos próximos anos, aliada a valuation e assimetria atrativos, mantém a tese positiva para a Petrobras (PETR4).

Para o Safra, os resultados devem continuar robustos no curto e médio prazo, garantindo boa capacidade de distribuição de dividendos.

“Adicionalmente, PETR oferece um valuation atrativo; vemos suas ações negociando com desconto em relação às pares internacionais e à sua média histórica”.

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Levantamento

O levantamento do Money Times levou em consideração as informações das carteiras de ações divulgadas por 17 instituições. Para dezembro, foram indicadas 61 ações, somando 184 recomendações.

Participaram do levantamento Ágora Investimentos, Andbank, Ativa Investimentos, BB Investimentos, BTG Pactual, Daycoval, Empiricus Research, Genial Investimentos, Itaú BBA, Monte Bravo, Planner, Rico, Santander, Terra Investimentos, Toro Investimentos e XP Investimentos.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É também setorista de setor financeiro. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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