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Acionistas da Linx deveriam preferir Totvs a Stone, avaliam analistas

17 ago 2020, 18:54 - atualizado em 17 ago 2020, 19:54
TOTVS
Segundo o BTG Pactual, o principal driver de crescimento da Totvs e da Linx é a venda cruzada, e por isso um acordo entre ambas as companhias desbloquearia “oportunidades interessantes” (Imagem: YouTube/TOTVS)

Parece que a torcida dos analistas sobre as propostas que a Linx (LINX3) recebeu na semana passada vai para a Totvs (TOTS3). Depois da Stone ter anunciado um acordo vinculante que une sua área de software com a Linx, foi a vez da empresa de tecnologia propor uma combinação de negócios.

A operação constitui o recebimento de uma ação da empresa mais R$ 6,20 por cada papel da Linx. Dessa forma, os acionistas da Linx teriam cerca de 24% do capital total e votante da Totvs.

Potenciais sinergias

Segundo os analistas, a diferença com o acordo da Stone está nas sinergias da operação.

“A oferta possui um prêmio semelhante à da Stone (~30%), embora a Totvs esteja oferecendo uma participação acionária maior de cerca de 82% (contra 10% da Stone). Acreditamos que a proposta da Totvs é mais convincente: com 24% da entidade combinada, os acionistas de Linx se beneficiariam das sinergias e continuariam a investir na tese secular de software. Destacamos também o fortalecimento da governança (pois a oferta da Totvs não implicaria em nenhum prêmio adicional à administração/conselho)”, avaliou Maria Tereza Azevedo, analista do Santander.

Carlos Sequeira e Osni Carfi, do time de análise do BTG Pactual (BPAC11), destacaram o fato de que o principal driver de crescimento da Totvs e da Linx é a venda cruzada, e por isso um acordo entre ambas as companhias combinaria clientes e soluções, o que desbloquearia “oportunidades interessantes”.

“A fusão Totvs-Linx também criaria um potente e único data lake contendo informações valiosas sobre negócios e indivíduos”, acrescentaram Sequeira e Carfi. “Monetizar essas informações com tecnologia big data pode levar um tempo (alguns anos), mas a Totvs acredita que isso seria considerável”.

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O Credit Suisse lembrou que a operação entre Stone e Linx oferece pouco risco antitruste (Imagem: Divulgação/Stone)

Riscos

O Credit Suisse lembrou que a operação entre Stone e Linx oferece pouco risco antitruste, enquanto o risco de aprovação da oferta da Totvs pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) é maior.

“A Totvs é líder no mercado de ERP no Brasil, com uma participação de aproximadamente 50%. A Linx é a provedora líder de gerenciamento de software no mercado de varejo, com uma fatia de 46% no segmento”, destacaram Daniel Federle e Felipe Cheng, que assinam o relatório divulgado pelo banco e obtido pelo Money Times.

Mesmo com a consolidação das duas empresas em seus respectivos segmentos de atuação, a administração da Totvs, assim como o Credit Suisse, está bastante otimista com a aprovação.

“A favor da fusão, notamos que o mercado de varejo responde a menos de 20% das receitas da Totvs, que é mais forte em subsegmentos como supermercados, distribuidoras e eletrônicos, onde a Linx possui uma presença mais fraca”, defenderam os analistas.

Vale lembrar que a Linx assinou um acordo de exclusividade com a Stone. Se a empresa realizar uma transação concorrente, ela precisará arcar com uma multa de R$ 605 milhões.

O Credit Suisse não descartou a possibilidade de que ofertas adicionais para a Linx sejam realizadas (Imagem: Reprodução/YouTube/Linx)

Guerra de lances

O Credit Suisse não descartou a possibilidade de que ofertas adicionais sejam realizadas, ou até mesmo que a Stone apresente uma nova proposta. A Rede era vista como outra candidata para a Linx, mas o Itaú Unibanco (ITUB4), em comunicado divulgado nesta segunda-feira (17), negou que está negociando a aquisição do controle da companhia.

Apesar da pouca visibilidade envolvendo as próximas etapas da operação, o Santander não espera que a Totvs desista tão fácil:

“O mercado já está precificando uma potencial guerra de lances pelo ativo (incluindo mais ofertas), e esperamos que a Totvs lute ferozmente por sua proposta, mas não acreditamos que ela vá entrar em uma guerra irracional com a Stone”, concluiu Azevedo.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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