Ações da Microsoft (MSFT) caem 2% mesmo após balanço superar expectativas; veja o que investidores viram de errado
A Microsoft (MSFT) divulgou seus resultados referentes ao primeiro trimestre fiscal de 2026 após o fechamento do mercado na quarta-feira (29), superando as expectativas dos analistas em receita e lucro, à medida que seu negócio de cloud (nuvem) continua a ser o carro-chefe da empresa de tecnologia.
Mesmo assim, as ações da empresa fundada por Bill Gates recuam mais de 2% nas primeiras horas do dia. No after-market de ontem, a queda foi da ordem de 3%.
Em números, a receita de cloud comercial foi de US$ 49,1 bilhões, um aumento de 26% em relação ao ano anterior e superando as expectativas dos analistas de US$ 48,6 bilhões.
Do mesmo modo, a Microsoft reportou um lucro por ação (LPA) de US$ 3,72 sobre uma receita de US$ 77,7 bilhões. Os analistas previam um LPA de US$ 3,68 sobre uma receita de US$ 75,5 bilhões, de acordo com as estimativas de consenso da Bloomberg.
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Na visão dos analistas do BTG Pactual, a Microsoft apresentou um conjunto consistente de resultados, com crescimento estável nas principais linhas de receita e boa rentabilidade.
“A receita do Azure cresceu 40% a/a, acima do consenso de 38%, embora represente uma leve desaceleração em relação aos trimestres anteriores. Ainda assim, o desempenho segue robusto em termos absolutos e levemente superior ao dos concorrentes em escala total, apesar do aumento da concorrência em infraestrutura de nuvem”, dizem.
Por que as ações da Microsoft (MSFT) caem hoje?
Em primeiro lugar, os resultados da Microsoft foram divulgados no momento em que os serviços de computação em nuvem Azure da empresa se recuperavam de uma interrupção na quarta-feira, que afetou empresas em todo o mundo.
A própria AWS, da concorrente Amazon, sofreu uma interrupção na semana passada.
Além disso, o investimento em bens de capital (capex) segue elevado, o que tende a gerar certa preocupação entre os investidores.
O capex atingiu os US$ 19,4 bilhões (ou US$ 30,1 bilhões incluindo arrendamentos), “refletindo os investimentos em infraestrutura necessários para suportar cargas de trabalho de IA em larga escala”, diz Vitor Melo, analista que assina o relatório.
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“Apesar de essenciais para preservar a posição competitiva, esses gastos podem pressionar as margens e a conversão de fluxo de caixa livre no curto prazo. O valuation segue exigente, com as ações sendo negociadas a cerca de 29x o lucro projetado, nível que já incorpora boa parte dos ventos favoráveis esperados com a IA”.
Vale lembrar que a Microsoft investiu cerca de US$ 135 bilhões na OpenAI. Sob o novo acordo, a empresa deterá 27% da criadora do ChatGPT.
A Microsoft também está expandindo suas ofertas de IA em seus negócios voltados para o consumidor. A empresa estreou anteriormente seus Copilot+PCs no início deste ano e, neste mês, anunciou atualizações para o Windows 11 que permitem falar com seu chatbot de IA Copilot usando a voz. A Microsoft também está adicionando o Copilot aos seus aplicativos de jogos do Xbox.