Ações da Nvidia (NVDA) sobem 4% após resultados acima do esperado, mas há pontos a monitorar
O temor sobre os resultados que a Nvidia (NVDA;NVDC34) entregaria se dissiparam — ao menos por ora —, com o balanço divulgado na quarta-feira (19) superando as expectativas do mercado. A companhia de semicondutores reportou lucro líquido de US$ 31,9 bilhões, referente terceiro trimestre de 2025 (3T25).
O consenso previa lucro de US$ 29,5 bilhões. A Nvidia também supera os US$ 26,4 bilhões do trimestre imediatamente anterior.
As ações da companhia, negociadas na Nasdaq, avançaram mais de 5% na pré-market desta quinta-feira (20). Logo após a abertura do mercado, as ações NVDA subiam 4,41% a US$ 194,50.
Analistas do BTG Pactual veem o resultado como “forte e melhor do que se temia”, com os principais destaques no crescimento de Data Center, na resiliência da margem bruta e em um guidance (projeções) muito robusto para o quarto trimestre.
Na visão do banco, a qualidade do resultado acima das expectativas é alta: o crescimento veio quase inteiramente de Data Center, as margens se expandiram apesar do mix desfavorável e o fluxo de caixa segue excepcional.
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A receita da companhia ficou em US$ 57 bilhões, também acima das projeções do mercado, que ficavam entre US$ 54 e US$ 55 bilhões. Na base trimestral, o salto foi de 22%.
“A receita de Data Center no terceiro trimestre foi um recorde de US$ 51,2 bilhões, alta de 66% em relação ao ano anterior e 25% acima do trimestre anterior, impulsionada por três mudanças de plataforma — computação acelerada, modelos de IA mais poderosos e aplicações agentic”, diz a diretora financeiro (CFO), Colette Kress, em comentário.
Bons ventos para a Nvidia?
Do ponto de vista estratégico, o BTG Pactual avalia que o resultado reforça o argumento de que a Nvidia está evoluindo de um fornecedor de GPUs para uma plataforma de rede centrais de data center de IA.
Outro ponto positivo na visão do banco são os compromissos na casa de gigawatts com OpenAI, Anthropic e os principais hyperscalers, além do ganho inicial de tração em telecom nativa de IA (AI-RAN), gêmeos digitais industriais e “IA física”/robótica.
Para os analistas, esses anúncios têm potencial para ampliar a base de demanda além das quatro grandes nuvens norte-americanas e podem reduzir o risco de que o ciclo de capex (investimentos) de um único cliente comprometa a trajetória de crescimento.
“Seguimos ligeiramente mais construtivos do que o mercado sobre a durabilidade dos resultados da Nvidia. Em nossa visão, a combinação de cargas de trabalho de IA ainda acelerando, a integração de sistemas e software (Grace/Blackwell, mapa Rubin, networking, BlueField, Omniverse/DSX) e a forte geração de fluxo de caixa e retornos de capital sustenta a tese, mesmo que o crescimento inevitavelmente se normalize a partir dos níveis atuais”, diz o BTG
Apesar do balanço positivo, o banco aponta riscos importantes que segue monitorando:
- Ciclicidade do capex de hyperscalers e projetos de IA soberana;
- Concorrência crescente de aceleradores customizados e empresas chinesas;
- Incertezas sobre controles de exportação e gargalos em packaging;
- Memória e energia, que podem limitar o upside em alguns cenários.