Ações da Oi (OIBR3;OIBR4) desabam 18% com ‘estado falimentar’ no radar; gestora vende participação
As ações da Oi (OIBR3;OIBR4) derretem na B3 na sessão desta segunda-feira (10), após a manifestação da Gestão Judicial ao Juízo da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro de que o grupo chegou a um “estado falimentar” e não possui mais condições de cumprir o plano de recuperação ou honrar compromissos com credores e fornecedores.
Por volta de 11h45 (horário de Brasília), OIBR3 desabava 17,86%, cotada a R$ 0,23, enquanto OIBR4 caía 14,59%, a R$ 3,98. Acompanhe o tempo real.
Um possível fechamento das portas da companhia de telecomunicações é avaliado e, de acordo com o documento, a Oi enfrenta “financeira e operacional irreversível”, com receitas mensais insuficientes para cobrir as despesas essenciais. A margem bruta, que já era negativa em janeiro de 2025, despencou de -10% para -135% em outubro, refletindo o colapso das finanças da operadora.
O documento aponta que o possível estado de insolvência por ser caracterizado por aspectos como a impossibilidade de arcar com o pagamento das dívidas que ficarem de fora do processo; descumprimento do plano em vigor; incapacidade implementar medidas para melhoria do fluxo de caixa.
Apesar de reconhecer o cenário de insolvência, a Gestão Judicial defende que a eventual decretação de falência seja acompanhada de continuidade provisória das atividades, para evitar prejuízos à prestação de serviços públicos e privados considerados essenciais.
A Oi mantém atualmente mais de 4,6 mil contratos com órgãos públicos e cerca de 10 mil contratos privados ativos, incluindo a conectividade de 13 mil lotéricas da Caixa Econômica Federal, redes de comunicação do Comando da Aeronáutica (Cindacta), telefones públicos (Colr) e serviços de emergência de números tridígitos.
A telecom enfrenta sua segunda recuperação judicial.
Gestora reduz participação na Oi
Também está no radar do mercado o anúncio desta segunda-feira (10) de que a gestora de fundos de investimento Pacific Investment vendeu, de forma consolidada, 6.326.844 ações ordinárias de emissão da Oi, representando 1,9258% do seu capital social total e votante.
Após a operação, os fundos de investimentos permanecem conjuntamente de 113.769.004 ações ordinárias de emissão da Companhia, representativas de 34,6281% do capital social votante e total.
De acordo com o comunicado da gestora, divulgado ao mercado pela Oi, a venda de participação não representa plano ou intenção de alterar a composição do controle acionário ou a estrutura administrativa da companhia.
Além disso, a gestora destaca que, nesta data, não detém valores mobiliários da companhia (salvo pelas ações ordinárias mencionadas) ou está exposta em operações com derivativos referenciados em valores mobiliários da Oi
A gestora coloca ainda que não foram firmados acordos ou contratos regulando o exercício do direito de voto das ações da Oi, e, ainda, que não são parte ou beneficiários de contratos, pré-contratos, opções, cartas de intenção ou quaisquer outros atos jurídicos que disponham sobre a aquisição ou alienação de valores mobiliários da companhia.