Ações da Porto Seguro (PSSA3) caem após balanço do 3T25; o que fazer com papel?
As ações da Porto Seguro (PSSA3) recuam forte nesta terça-feira (11) e figuram entre as maiores quedas da Bolsa.
Por volta das 15h10 (horário de Brasília), os papéis caíam aproximadamente 5,5%, negociados a R$ 47,14.
O movimento ocorre apesar de a companhia ter reportado lucro líquido de R$ 832 milhões no terceiro trimestre (3T25), alta de 13% em relação ao mesmo período do ano passado. Acompanhe o tempo real.
Em relatório, o BTG Pactual classificou o balanço do grupo como “sólido”, destacando o bom desempenho do segmento de Saúde, que manteve ritmo forte de crescimento, com retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) de 26%.
No ramo de Seguros, o banco apontou aceleração no aumento das receitas em todas as linhas, com melhora na sinistralidade do segmento Auto, o que contribuiu para um melhor índice combinado no trimestre.
“Em Auto, os prêmios emitidos cresceram, com a Porto atingindo 26,8% de participação de mercado, enquanto a sinistralidade continuou a cair.”
Por outro lado, os ramos P&C e Vida apresentaram leve piora sequencial na sinistralidade, principalmente devido à mudança de mix, o que, segundo o BTG, explica o pequeno aumento no índice consolidado — ainda considerado saudável pela gestão.
- 3T25 do BTG Pactual (BPAC11), dados de inflação e ata do Copom; confira análise no Giro do Mercado:
Serviços bancários
O relatório também apontou que o PortoBank, serviços bancários do grupo Porto, segue em trajetória de expansão, com receitas totais 29% maiores em relação ao 3T24 e crescimento em todas as frentes, compensando o aumento da inadimplência e sustentando o lucro líquido.
“O resultado financeiro veio cerca de 10% acima do esperado, com avanço sequencial impulsionado pelo CDI médio mais alto”, avaliou o BTG.
A carteira de crédito do PortoBank cresceu 20% em 12 meses, para R$ 21,7 bilhões, enquanto a inadimplência acima de 90 dias subiu para 7,2%, ainda abaixo da média do mercado.
Cautela
O banco considera que os números do trimestre reforçam as tendências positivas e sustentáveis de longo prazo em todas as verticais da Porto, com evolução contínua da rentabilidade e do perfil defensivo.
“Apesar disso, consideramos que nossa projeção de lucro líquido de R$ 3,43 bilhões para 2025 (+27,5% a/a) segue razoável”, ressalta.
O BTG lembra ainda que, em fevereiro, reduziu a recomendação das ações para neutra após o forte rali de 2024, citando uma relação risco-retorno menos favorável.
Desde então, o papel subiu cerca de 15%, impulsionado pelo otimismo com o segmento de Saúde e um valuation mais exigente.
“Vemos a Porto sendo negociada a mais de 10 vezes nosso lucro estimado para 2025 e acima de 9 vezes para 2026. Neste momento, o risco-retorno parece menos atrativo, razão pela qual mantemos a recomendação neutra.”