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Ações da Via Varejo fecham em queda de 1,27% após denúncia de fraude contábil

13 nov 2019, 18:15 - atualizado em 13 nov 2019, 18:18
A empresa constituiu um comitê de investigação em 10 de outubro para conduzir uma investigação independente e detalhada sobre a denúncia anônima recebida entre final de setembro e início de outubro (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Por Investing.com

As ações da Via Varejo (VVAR3) foram inibidas e entraram em leilão no início da tarde desta quarta-feira (13) após a companhia informar, por meio de fato relevante, que recebeu uma denúncia anônima sobre supostas irregularidades contábeis. A divulgação do balanço está previsto para hoje, após o fechamento do mercado.

Após o leilão, os papéis despencaram para uma queda de 9%. Porém, ao longo da tarde a queda diminuiu e as ações da empresa fecharam em baixa de 1,27% a R$ 7,00.

De acordo com o comunicado, a empresa constituiu um comitê de investigação em 10 de outubro para conduzir uma investigação independente e detalhada sobre a denúncia anônima recebida entre final de setembro e início de outubro. O comitê se reporta ao Conselho de Administração e é composto por auditores independentes.

De acordo com fontes ouvidas pela Suno Notícias, o escritório de advocacia Pinheiro Neto foi contratado pela Via Varejo, enquanto o Pinheiro Neto recorreu a KPMG. A EY, responsável pela auditoria do balanço da empresa segundo a Suno, estaria acompanhando a operação.

A Via Varejo diz que o plano de ação das investigação foi dividida em duas fases, com a primeira já concluída e na qual não foram identificadas quaisquer irregularidades contidas na denúncia. A segunda fase está em andamento, segundo a companhia, e até o momento não encontrou as irregularidades denunciadas.

O fato relevante também informa que não há alteração das informações que serão divulgadas no balanço hoje após o fechamento do mercado.

Teor da denúncia

O comunicado não traz, entretanto, o teor da denúncia. De acordo com fontes consultadas pela Suno Notícias, executivos da Via Varejo teriam contabilizado despesas operacionais como investimentos. O objetivo seria transformar, no futuro, as despesas de investimentos em receita e diminuir as provisões da companhia, o que transformaria o retorno sobre investimento da empresa maior do que o real.

Além disso, a denúncia aponta que depósitos judiciais não estariam em provisão, com a exclusão de processos jurídicos com o intuito de reduzir despesas. As planilhas utilizadas pelo departamento jurídico também teriam sido manipuladas, de acordo com a denúncia. Havia suspeitas de adulteração em garantias trabalhistas e nos Gastos Gerais de Fabricação (GGF), conceito que ser refere a custos com aluguéis, energia, depreciação, entre outros.