Comprar ou vender?

Ações da XP? Capital Research recomenda Vitreo em vez de XP Trend

12 dez 2019, 16:09 - atualizado em 12 dez 2019, 16:09
XP Inc
A Capital Research sugere que a aplicação seja feita por meio da Vitreo (Imagem: Nasdaq)

As ações da XP Inc (XP) não estão disponíveis para a compra direta no Brasil, mas há duas maneiras de fazer isso em “reais” e com apenas transações locais, que são os fundos das gestoras Vitreo – Exponencial e Exponencial Light – e pela própria XP por meio dos fundos XP Trend XP Inc e Trend XP Inc Balanceado.

Vale lembrar que há ainda um tipo de acesso direto à Nasdaq por meio de corretoras americanas. A mais lembrada, para o público nacional, é a Avenue Securities. Liderada pelo brasileiro Roberto Lee – conhecido por ter criado a Clear -, atendeu mais de sete mil clientes na semana do IPO da corretora.

Os papeis da XP decolaram quase 28% em seu pregão de estreia em Nova York. Precificadas a US$ 27, acima do intervalo proposto entre US$ 23 e US$ 25. Hoje são negociadas em torno de US$ 34,60.

XP Inc XP Investimentos
Os fundos da XP possuem a proteção cambial, ponto que é visto como negativo pelos analistas (Imagem: XP Inc/Linkedin)

Como funcionam

O “modus operandi” da Vitreo e da XP Asset é muito parecido. Um fundo compra as ações “de facto”, mas destinado apenas para investidores qualificados. O outro produto aplica 20% do seu patrimônio nos ativos da XP Inc e o restante em fundo de renda fixa pós-fixada.

A principal diferença entre estas duas alternativas está na proteção cambial, como explica a Capital Research em um relatório comparativo publicado nesta quinta-feira (12).

No Exponencial, da Vitreo, não há este hedge. “Ou seja, o investidor estará sujeito às variações do dólar em relação ao real, o que vemos como um ponto positivo”.

A XP coloca este item, o que é entendido como negativo. Ele é tão importante, aponta a avaliação, que supera o fato de que a taxa de administração cobrada pela XP, de 0,05% contra 0,056% no Light e 0,07% no Exponencial da Vitreo, ser menor e a aplicação mínima mais baixa, de R$ 500 contra R$ 5.000 (R$ 1.000 até 31/12).

Dólar EUA
O hedge cambial neutraliza os efeitos da variação do dólar no investimento (Imagem: REUTERS/Beawiharta)

Proteção cambial

Em uma operação de “hedge” entre o dólar e o real, os instrumentos financeiros utilizados, neste caso pela XP, neutralizam a variação do dólar.

“Assim, se, por exemplo, o dólar se desvalorizar 5% em relação ao real (o que impactaria negativamente os cotistas do fundo), os instrumentos financeiros devem se valorizar próximo de 5%, zerando o impacto para o investidor”, descreve o time de análise.

A cena parece boa, mas não é, argumenta a Capital. “O problema é que os fluxos de caixa da XP são em reais”, diz o relatório.

Assim, se o dólar se desvalorizar em relação ao real, a companhia passa a valer mais do ponto de vista do investidor estrangeiro (cada real se converte em mais dólares) e a ação cotada em dólares deveria se valorizar, neutralizando naturalmente a variação cambial.

“Assim, não vemos sentido na proteção cambial a ser realizada pelo fundo”, concluem.

Vitreo
A aplicação mínima nos fundos da Vitreo é de R$ 1.000 até 31 de dezembro (Imagem: Lucas Röttgering/Money Times)

O que fazer?

Desta forma, a Capital sugere que o investidor não qualificado faça uma aplicação uma aplicação cinco vezes maior no Vitreo Exponencial Light do que a alocação que deseja ter em relação ao total do portfólio.

Ou seja, se a sua carteira é de R$ 10.000 e o percentual que deseja ter em ações da XP é de 5% – o que dá R$ 500 – então a alocação no fundo precisa ser cinco vezes maior – R$ 2.500.

Isso acontece porque o fundo aplica apenas 20% do alocado nele, os R$ 500 , ou 5% do total da carteira. Os 80% restantes devem ser considerados com a alocação em renda fixa pós-fixada.

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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