Acordo comercial entre EUA e União Europeia não está longe do cenário-base do BCE, diz Lagarde

O acordo comercial entre os Estados Unidos e a União Europeia está próximo do cenário-base assumido pelo Banco Central Europeu (BCE), mas ainda persiste incerteza em setores-chave como o farmacêutico e o de semicondutores, disse nesta quarta-feira (20) a presidente do BCE, Christine Lagarde.
A UE aceitou tarifas de 15% sobre a maioria dos itens no acordo firmado no mês passado, evitando uma guerra comercial total e oferecendo maior clareza para as empresa, mesmo que as novas barreiras desacelerem o crescimento econômico.
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“O acordo comercial estabelece uma tarifa média efetiva estimada entre 12% e 16% para as importações dos Estados Unidos de bens da área do euro”, disse Lagarde em Genebra.
“Essa tarifa média efetiva é um pouco mais alta do que (mas ainda próxima de) nossas suposições usadas nas projeções de cenário-base feitas em junho,” afirmou ela. “O resultado do acordo comercial está bem abaixo do cenário severo de tarifas norte-americanas superiores a 20%”.
A projeção de cenário-base do BCE assume um crescimento econômico de 1,1% no próximo ano, enquanto o “cenário severo” teria reduzido esse número para 0,7%, mostram as projeções do BCE de junho.
O acordo comercial entre EUA e UE ainda deve pesar sobre o crescimento econômico, acrescentou Lagarde, observando que uma desaceleração amplamente prevista já estava evidente nos dados econômicos do segundo trimestre.
A UE, que sempre dependeu fortemente do comércio exterior para crescer, deve agora diversificar suas trocas comerciais com outras nações para manter o crescimento e compensar o impacto negativo das tarifas, afirmou Lagarde.
“Embora os Estados Unidos sejam — e continuem sendo — um parceiro comercial importante, a Europa também deve buscar aprofundar seus laços comerciais com outras jurisdições, aproveitando os pontos fortes de sua economia orientada à exportação”, declarou ela.