Commodities

Açúcar no “modo Titanic” ainda tem chance ao menos de boiar em Nova York

18 jul 2019, 17:34 - atualizado em 18 jul 2019, 18:02
Açúcar
Se não cair mais, sobe pouco o açúcar por fundamentos tímidos.(Imagem: Pixabay)

Desde a máxima de 12.92 cents de dólar por libra-peso, de 14 de junho, o contrato de outubro do açúcar na ICE Futures (Nova York) emagreceu quase 11%. Nesta semana recuou em todos os dias, até sair nesta quinta (18) em 11.55 c/lp, abaixo de seu custo de produção no Brasil. A commodity está no “modo Titanic”, mas ainda tem remota chance de esboçar certa reação, contando com uma dose de boa vontade de fatores da safra brasileira em andamento no Centro-Sul.

É bom explicar desde já a palavra “reação”. Pode suscitar algo significativo, mas no caso é um pouco sobre o nada. Maurício Muruci, da Safras & Mercado, autor também do “modo Titanic”, pensa em alguns cenários que poderiam levar o açúcar a voltar aos 12 c/lp, ou seja, “um luxo”.

Afinal, o fator Índia, pesando com seu subsídio às exportações, de 13 c/lp, com possibilidade de ampliação por parte do governo e elevando de 4 para 6 milhões ou mais toneladas, mantém os estoques mundiais confortáveis sobre uma demanda com pouca elasticidade. Daí que os potenciais pontos de reação, por parte do Brasil, são tímidos, ou seja, o açúcar pode ao menos boiar.

As geadas sobre a cana terão extensão conhecida na virada do mês. Uma possível queda na matéria-prima poderia reduzir a produção de açúcar (e também do etanol). Algum impacto terá, sim, mas mais ainda na safra 19/20 (como trouxe Money Times em 08/07), porém a considerar o volume, coincidirá com a entrada da curva de queda da atividade produtiva tradicional do setor sucroenergético, na visão do analista.

A partir de agosto, ápice da safra, a produção declina, inclusive porque a cana do terceiro terço é sempre menos produtiva.

Etanol

Enquanto isso o etanol surfa no consumo e deixa a usinas flex (especialmente as mais modernas, sem limitação de sua capacidade produtiva) fora do risco açúcar.

Dados desta quinta, a arbitragem sobre o açúcar Nova York mostrou prêmio de 31% – e isso, lembra Maurício Muruci, chegando perto do ápice da temporada.

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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