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Afinal, NFTs são ou não o futuro? Para o youtuber Gato Galáctico, sim

24 jan 2022, 16:52 - atualizado em 27 jan 2022, 13:39
Embora seja bastante criticado em seu Twitter por entrar para esse mercado, o animador acredita ser extremamente importante os jovens começarem a estudar sobre esse assunto desde cedo. (imagem: Ronaldo Souza/Divulgação)

Ronaldo Souza, 32 anos, é animador e criador do canal do YouTube “O Gato Galáctico”, com 15 milhões de inscritos. Recentemente, o artista lançou uma coleção de 21 NFTs pela plataforma OpenSea, na rede Ethereum, e 20 delas já foram vendidas.

Para Souza, é necessário entender a tecnologia que, segundo ele, é disruptiva o suficiente para prometer mudar o mercado da arte. 

“Acredito que os NFTs são a maior revolução artística de todos os tempos, e estou entrando nessa revolução com a missão de torná-la mais acessível a todos”, diz.

O animador conta que seu público-alvo no YouTube vai desde o infantil até adulto.

O lançamento dos NFTs é um projeto a parte de seu conteúdo no YouTube. Ele conta que o objetivo do lançamento dos NFTs é abrir novas oportunidades para artistas digitais que “queiram fazer a diferença”.

Embora seja bastante criticado em seu perfil no Twitter por entrar nesse mercado, o animador acredita que a educação dos jovens sobre o tema é bastante importante. 

“Tudo isso que nós estamos vivendo agora, desde cripto até NFTs e DAOs, é muito novo. E eu acredito que todos os jovens deveriam começar a se informar sobre isso, porque é uma grande oportunidade. É uma janela de tempo para todo mundo embarcar nisso e conseguir dar o primeiro passo no mercado”, afirma. 

O youtuber aponta que “para os jovens que estão vindo aí”, o mercado será o futuro.

“Ter interesse por isso agora é de extrema importância para saber agir, se você for um investidor, um empreendedor ou um inovador”, continua.

Ainda sobre o assunto, Souza diz que os NFTs tem muita mais utilidade do que “a galera pensa”. 

“Muita gente acha que NFT é só arte, ou só um porta-retrato digital. NFT é muito mais do que isso, existem milhares de usos que podemos descobrir com essa nova tecnologia.”

De acordo com ele, um avanço rumo ao futuro será quando as grandes marcas entrarem em peso para o mercado dos tokens não-fugíveis. Ele acredita que, por enquanto, os grandes nomes que já investiram ainda não tiveram tanto destaque.

“No momento em que uma Rockstar Games anunciar que no próximo GTA todos os carros, roupas e tênis serão NFTs — ou que um grande Meta do metaverso do Zuckerberg tenha tudo alinhado com NFT — observaremos o maior ‘boom’ industrial e tecnológico já visto”, diz. 

Críticas e polêmicas

Grande parte das críticas que Souza recebe em seu Twitter são relacionadas a diferentes questionamentos sobre o mercado de NFTs — sendo a maioria levantada por jovens.

O maior questionamento visto em seus perfis é feito em forma de brincadeira, ou “meme”. Em suas redes sociais, seus seguidores se perguntam sobre a real garantia de posse dada pela blockchain.

Em forma de protesto, os jovens salvam a imagem mostrada pelo artista em alguma publicação e dizem também ser donos daquela NFT. Mas não é assim que funciona.

Ser dono de um NFT é a mesma coisa que ser dono de um quadro físico de Leonardo da Vinci, por exemplo. Salvar uma foto em formato .jpg ou .png da internet ou dar um print em uma reprodução da Monalisa não te faz ser dono daquela arte propriamente dita.

Sobre a questão de direitos autorais, o youtuber é constantemente questionado sobre a venda de artes digitais de terceiros. Muitos dizem encontrar NFTs sendo vendidos por quem não seria o artista original.

Ele diz acreditar fielmente que, por mais que ainda se tenha uma grande dificuldade de se trazer direitos autorais para as plataformas da blockchain, de alguma maneira ainda será possível aplicar uma regulamentação.

“Eu sinto que tem muita gente que tem uma rejeição, uma repulsa imediata, quando se trata desse novo mercado. Mas para combater isso, por que não investir nas artes para venda de NFTs?”, questiona.

Souza lembra que está entrando muito capital nesse mercado, por isso, para ele, não há dúvidas que os grandes investidores encontrarão um meio para garantir seus direitos.

Inimigo do meio-ambiente?

Outra questão frequentemente levantada por críticos de NFTs, e da tecnologia blockchain, é o gasto energético utilizado para realizar a validação de algumas redes.

O algoritmo de consenso de Proof-of-Work, ou mineração, necessita de um alto poder computacional para poder validar um bloco da rede.

Atualmente existem outros tipos de algoritmos de consenso — como o Proof-of-Stake — no qual o gasto energético é comparável a publicar uma postagem na internet.

Segundo relatório da Solana Foundation — publicado no fim do ano passado — uma única transação em sua rede usa 0,00051 kilowatt-hora (kWh), ou 1.836 Joules, de energia. Conforme o Google, uma busca média usa 0,0003 kWh ou 1.080 Joules de energia.

Mesmo assim, a crítica ao Proof-of-Work ainda acontece.

Para tentar minimizar os gastos energéticos, Souza afirma ter achado uma forma de ficar, segundo ele, com a “consciência tranquila”.

“Eu tenho um projeto de painéis solares. Nesse exato momento, tenho 34 painéis em cima de mim”, conta. “Eu decidi que iria fazer a minha parte nisso tudo.”

Segundo o youtuber, ele “produz somente  aquilo que os painéis solares conseguem absorver”. 

O animador lembra que a rede da Ethereum irá passar por uma atualização ainda neste ano para virar Proof-of-Stake, e, consequentemente, vai consumir muito menos energia para validar seus blocos.

Segundo uma pesquisa publicada ano passado no “Blog da Ethereum”, a transição para Proof-of-Stake da rede de contratos inteligentes pode reduzir o consumo de energia da mineração em cerca de 99,95%.

O animador ainda diz acreditar que “vamos ver as blockchains consumindo cada vez menos energia no futuro”.

“Se nós entrarmos, e dermos nosso exemplo, podemos fazer o bem dentro desse mercado. Assim eu acredito que ele crescerá com valores e da forma como queremos”, afirma. 

O mercado é elitizado?

Outra crítica que ronda o mercado dos NFTs é a de que o investimento é voltado somente para quem tem mais dinheiro. Para Souza, isso não é verdade.

Eu conheci dois artistas nacionais, pessoal humilde, da coleção Dragon NFT Collection, e eles fazem tudo no smarthphone”, conta. “Estão vendendo, buscando parcerias, criando coleções… isso é fascinante. Fazer isso em um celular é surpreendente”, diz.

Segundo o youtuber, isso acontece porque a impressão de grande parte das pessoas é o que enxergam das coleções famosas.

“As pessoas também tendem a pegar situações como, por exemplo, BAYC (Bored Ape Yatch Club), e achar que todo mundo esta pagando um milhão em um NFT”, brinca. 

Souza ainda diz que a descentralização da blockchain é “a mais democrática que existe”. Segundo ele, para vender NFT, “basta a pessoa querer, e ter uma visão”.

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Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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