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Além das ações: títulos de dívidas da Vale, Petrobras e CSN estão entre os mais rentáveis das Américas

23 out 2020, 18:12 - atualizado em 23 out 2020, 18:12
Vale (VALE3)
“Alta qualidade”: para Credicorp, empresas brasileiras, como a Vale, entraram na crise com balanços robustos (Imagem: Linkedin/Vale)

Títulos de dívida vendidos por produtores brasileiros de commodities e empresas mexicanas com negócios nos Estados Unidos estão entre os mais atraentes da América Latina, já que a região começa a se recuperar da pior recessão em pelo menos um século, segundo a Credicorp Capital Asset Management.

“É muito difícil ter uma visão positiva sobre a região se olharmos por cima, mas, se pesquisarmos bem, percebemos que é uma grande oportunidade”, disse Darío Valdizan, responsável por pesquisa buy-side do fundo com sede em Lima, um dos maiores da região andina, com US$ 8,9 bilhões em ativos sob gestão, principalmente latino-americanos. A empresa também presta consultoria para outros US$ 10,3 bilhões em fundos de terceiros.

Destaques

No Brasil, a Credicorp prefere títulos vendidos pela Vale (VALE3), Suzano (SUZB3), CSN (CSNA3), produtores de etanol, Petrobras (PETR3; PETR4), entre outras, disse Valdizan em entrevista. Produtores de commodities devem se beneficiar do aumento da demanda com a recuperação da economia da China, afirmou.

No México, a Credicorp gosta de empresas que geram receita com vendas nos EUA, como a fabricante de eletrodomésticos Controladora Mabe e a produtora de cimento Grupo Cementos de Chihuahua. Títulos das peruanas Intercorp Financial Services e Inkia Energy também fazem parte da lista, destacou.

Pior resultado

O PIB da América Latina deve encolher mais de 7% neste ano, o que seria a pior queda desde que dados confiáveis começaram a ser rastreados em 1901, segundo o Banco Mundial.

Apesar da retração, os títulos de dívida da região superaram o desempenho de papéis de outros países em desenvolvimento desde o final de março, quando os mercados de crédito descongelaram. Títulos em dólar da região retornaram 16,9% em relação ao rendimento de 13,3% da dívida em moeda americana de todos os mercados emergentes, segundo dados compilados pela Bloomberg.

As empresas estavam muito mais bem preparadas para a crise de coronavírus do que antes, tendo cortado drasticamente os níveis de endividamento. A relação dívida-Ebitda – medida-chave de endividamento – caiu para cerca de 2 vezes no ano passado comparada a 4,6 vezes em 2016, segundo os dados.

“Empresas de alta qualidade no Brasil e em outros países latino-americanos entraram nesta crise com posições sólidas e balanços limpos”, disse Valdizan.

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