Internacional

Alibaba (BABA) ‘renasce’ com rali inédito e aponta planos para o e-commerce brasileiro

16 dez 2022, 13:59 - atualizado em 16 dez 2022, 14:42
Alibaba
Alibaba pode estar passando por um processo de ‘renascimento’, com a reabertura da China

Ao longo do último um mês e meio as ações da gigante do e-commerce mundial Alibaba (BABA) valorizaram cerca de 28%, representando o maior rali em duas décadas.

A súbita força compradora sobre o papel foi fomentada pelo otimismo de investidores com a perspectiva de reabertura da economia chinesa nos próximos meses, potencializada pela suspensão de algumas das restrições mais incisivas da política de tolerância zero contra a covid-19.

Além da questão sanitária, conversas entre os presidentes da China e dos EUA deram um senso de alívio sobre as tensões geopolíticas e comerciais que vem sendo fomentadas, sobretudo, desde a presidência de Donald Trump.

O momento mais favorável na relação entre os países é fomentado também pelo avanço do grande acordo de auditoria alcançando entre reguladores americanos e empresas chinesas. Até agosto deste ano, cerca de 200 ações — a Alibaba entre elas —   que operam na Bolsa de Nova York corriam o risco de serem descadastradas.

Após quatro meses de negociações, e sob o peso de uma década de tentativas fracassadas, os oficiais do governo americano alegaram ter conseguido auditar, de maneira inédita, os documentos de empresas instaladas na China e em Hong Kong.

Alibaba tem espaço para crescer mais

Fundada em 1999, a Alibaba é a maior multinacional chinesa do setor de tecnologia, com foco em e-c0mmerce, varejo, tecnologia e internet.

Não obstante sua estatura titânica, as ações da empresa sofreram um verdadeiro terremoto, saindo de US$ 300, na máxima de outubro de 2020, para 20% deste preço, dois anos depois.

Lockdowns em massa na China, a guerra comercial travada contra os EUA, preocupações com a governança corporativa e o aumento da pressão regulatória de Pequim sobre as companhias de tecnologia são alguns dos obstáculos que se interpuseram no caminho.

Mesmo com a piora das condições macroeconômicas, o império de Jack Ma conseguiu surpreender as expectativas de lucro para o terceiro trimestre do ano e tem objetivos ambiciosos para reerguer o seu descontadíssimo valuation (segundo a empresa de tecnologia financeira TipRanks, a Alibaba está negociada com 50% de desconto do seu P/E, que é de 24x).

A Alibaba aposta em um programa massivo de recompra de ações, avaliado em US$ 25 bilhões, com adicionais US$ 15 bilhões até o ano-fiscal de 2025.O plano é substanciado por uma capacidade de caixa robusta, que equivalia a US$ 68 bilhões até setembro deste ano, de acordo com o balanço corporativo da empresa.

Até 2025, a Alibaba espera impulsionar uma alta de 10% do atual valor de mercado, avaliado em US$ 240 bi, somente através das recompras.

Segundo analistas do mercado americano, o grande movimento de recompra não só tenta responder à subvalorização atual das ações, como mostra também a confiança da companhia na retomada de seu crescimento.

Planos ambiciosos para o e-commerce brasileiro

O disputado mercado de e-commerce no Brasil também tem sido alvo de ações recentes da gigante chinesa.

Vigorando desde novembro, uma parceria entre a Alibaba e a ApexBrasil  desenvolveu um pavilhão de vendas exclusivo chamado “Made in Brazil”, no site da empresa, que controla o AliExpress.

Dentro de uma área restrita do site, cerca de 100 vendedores brasileiros selecionados passaram a ter acesso a ferramentas para impulsionar os canais de exportação de produtos nacionais para os mercados asiáticos e globais.

A Alibaba também passa a disponibilizar apoio às empresas brasileiras em seu processo de transformação digital por meio de programas de capacitação e treinamentos.

Paralelamente, o braço de logística da Alibaba, Cainiao, anunciou que planeja montar nove centros de distribuição em sete estados brasileiros nos próximos três anos.

A empresa chinesa também pretende instalar mil armários inteligentes em dez cidades no país para trabalharem como instalações de entrega e retirada de pacotes internacionais e expresso local, e serem usados por serviços de entrega de alimentos.

 

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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