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Alta do boi terá teto sem a China? Mercados interno e externos (os que sobram) são limitados

18 nov 2021, 8:37 - atualizado em 18 nov 2021, 9:58
Boi Gado Agropecuária Agronegócio
Cena rara como essa, de pastos bons e cheios, dão força ao produtor, mas deverá mudar logo mais com as chuvas mais regulares

Apesar da entrada da segunda quinzena do mês, período de esfriamento nas compras do consumidor, a chegada da primeira parcela do 13º salário pode continuar dando sustentação as altas do boi.

Nas últimas quase duas semanas, a decisão de consumo melhorou em razão de certa animação na capacidade do consumidor, tanto que ao final da semana passada a carcaça casada no atacado foi a R$ 19/kg (mais R$ 0,50) e deve ter novo reforço nesta.

Mas qual será o limite, porque a situação conjuntural do País não mudou em nada, com a inflação acima do teto da meta, desemprego em 14% e a concorrência de outros gêneros de consumo que o final de ano impõe aos brasileiros?

Os frigoríficos conseguiram repassar parte da valorização abrupta do animal, ainda que não nos níveis desejados ante a elevação de R$ 60 na @, em São Paulo, por exemplo, desde o começo do mês.

E suas margens desapareceram, uma vez que contam praticamente só com o mercado interno limitado e exportações também limitadas para outros mercados, sem a China, ainda distante de retomar as importações.

O boi gordo já está praticamente em níveis pré-vaca louca, na faixa de R$ 305 a R$ 310. As condições para o produtor seguir endurecendo as ofertas estão presentes, com o confinamento muito baixo de estoques e a melhora paulatina das pastagens, que as chuvas estão trazendo, possibilitando retenção das vendas.

Vai ter muita queda de braço nos próximos dias, se a China não der as caras novamente, nesse cruzamento entre consumidor-frigorífico-produtor.

 

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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