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Ambev (ABEV3): Ações não brindam resultados, mesmo com lucro de bilhões acima do esperado no 4T22. Por quê?

02 mar 2023, 12:02 - atualizado em 02 mar 2023, 12:09
Cripto Beer Cerveja
Ações da Ambev recuam e tem uma das maiores quedas do Ibovespa mesmo com crescimento no lucro, receita e nas vendas de cerveja (Imagem: Freepik/jcomp)

As ações da Ambev (ABEV3) operam em queda nesta quinta-feira (02) e figura entre as maiores baixas do Ibovespa. O comportamento ocorre após a fabricante de bebidas divulgar os resultados do quarto trimestre e o consolidado de 2022.

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Apesar da queda das ações, o lucro de bilhões ficou acima do esperado no encerramento do trimestre. Por volta das 11h55 (de Brasília), os papéis da Ambev recuavam 2,5%, negociados perto de R$ 13,25, com volume de negócios ainda baixo.

Entre outubro e dezembro do ano passado, a Ambev registrou lucro líquido de R$ 5,08 bilhões, 35,7% acimado que o registrado no mesmo período de 2021. O número ficou acima da expectativa do mercado, que calculava lucro de R$ 3,9 bilhões, segundo levantamento realizado pela Bloomberg.

No critério ajustado, o lucro somou R$ 5,3 bilhões, avanço de 36,4% ante um ano antes. Os analistas de agro, alimentos e bebidas da XP, Leonardo Alencar e Pedro Fonseca, o lucro líquido “foi uma forte surpresa” e ficou “muito acima das estimativas” da casa de análises.

Veja também: Spaten, marca alemã relançada no Brasil, dobra de volume no 4T22

“Uma vez que prevíamos um maior efeito positivo da hiperinflação na Argentina e um maior efeito negativo dos derivativos. Além disso, estávamos projetando uma alíquota efetiva de 13%, enquanto a empresa reportou um efeito tributário positivo no trimestre de R$ 755 milhões devido a juros sobre capital próprio [JCP]”, avaliam.

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Em contrapartida, os analistas do setor do BTG Pactual, Henrique Brustolin e Thiago Duarte, veem os resultados do quarto trimestre como “fracos”. “O Ebitda e o lucro foram impulsionados por itens que não esperamos que os investidores perpetuem”, dizem.

No trimestre, a Ambev reportou Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 7,1 bilhões, alta de 1,7% na base anual. Já a receita líquida somou R$ 22,69 bilhões, alta de 3,1% ante 2021.

Ambev brinda Copa do Mundo no fim do ano

Com a realização da Copa do Mundo de futebol entre novembro e dezembro, a Ambev nadou de braçada no Brasil em meio ao aumento do consumo de cervejas. Os analistas da XP ressaltam que a Cerveja Brasil conseguiu entregar aumento no volume de 4% na comparação anual, enquanto a receita líquida por hectolitro avançou 12%.

“Os volumes atingiram o maior patamar da história para um quaro trimestre, de 26,6 mil hectolitros, impulsionados pela Copa e pela recuperação do consumo de fora de casa. Apesar do clima atípico, com uma primavera fria e chuvosa no Brasil”, ponderam, acrescentando que o crescimento foi com o desenvolvimento de marcas Core Plus e Premium “no caminho certo”.

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Entretanto, eles ponderam que as unidades internacionais continuam desapontando e os sinais de melhoria no curto prazo ainda são frágeis.

“Após a recente performance negativa da ação, em nossa opinião não relacionada aos fundamentos da empresa, esperamos uma recuperação no desempenho”, acrescentam.

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Mercado de olho em margens

A equipe da XP reitera que os resultados citados acima, aliados à redução de custos, fizeram com que as margens da Ambev aumentassem e superassem suas estimativas.

Todavia, a equipe do Itaú BBA, Gustavo Troyano e Renan Moura, destaca que os números do último trimestre devem permitir uma expansão, ainda que modesta, da margem bruta da Cerveja Brasil, após uma década de contrações.

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“No entanto, como o ambiente de consumo no Brasil está se deteriorando, a modelagem para crescimento de volume não é óbvia”, dizem. Por outro lado, o analista da Ativa Investimentos, Pedro Serra, acrescenta que a Ambev ainda sente pressão nas margens.

“Vemos a companhia entregando o melhor que pode para ganhar participação e contornar os efeitos macroeconômicos. No curto prazo, acreditamos que a empresa ainda seguirá enfrentando cenários desafiadores”, reforça.

Contudo, Serra diz que vê a empresa entregando fortes resultados no longo prazo, trazendo iniciativas digitais e mantendo-se resiliente frente as dificuldades impostas pelo cenário econômico.

*Com Iasmim Paiva

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Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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