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Ambev (ABEV3): Problema vai além de Americanas (AMER3); analistas explicam por que não gostam da ação

16 jan 2023, 18:50 - atualizado em 16 jan 2023, 18:50
Ambev
Ambev caiu em todos os pregões pós-comunicado da Americanas (Imagem: Rafael Borges/Money Times)

O caso da Americanas (AMER3) parece respingar em outras empresas negociadas na Bolsa.

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Uma das preocupações que analistas levantaram logo após o anúncio de inconsistências contábeis de aproximadamente R$ 20 bilhões no balanço da Americanas era o potencial impacto sobre o setor de varejo e consumo.

Se, por um lado, o Magazine Luiza (MGLU3) “aproveita” a baixa da Americanas em um possível movimento de redirecionamento de recursos, a Ambev (ABEV3) se encontra no limbo.

Fernando Ferrer, analista da Empiricus Research, em comentário sobre o rombo de R$ 20 bilhões da Americanas, já avaliava uma reação negativa para as ações da cervejaria.

A Ambev caiu em todos os pregões pós-comunicado da Americanas. Nesta segunda-feira (16), a companhia perdeu 4,9%, negociada a R$ 13,20.

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A Empiricus está “short” em Ambev, citando a reputação em risco da empresa, que tem como controladora a 3G, cujos sócios são acionistas de referência da Americanas.

“Não estamos falando de Americanas ou Ambev apenas. É o simbolismo dos grandes representantes vivos do capitalismo brasileiro e de todo o legado Lemann – Fundação Lemann, Fundação Estudar, Eleva… não há como apresentar-se em favor da formação de líderes competentes e éticos no Brasil enquanto se mostra conivente com 10 anos de contabilidade criativa”, comentou Felipe Miranda, CIO da casa de análise.

Além de Americanas

Para alguns analistas, o problema da Ambev está no conjunto de números fracos que a companhia deve apresentar na nova temporada de resultados.

O Morgan Stanley assume que os volumes de cerveja no Brasil tenham crescido 7% no quarto trimestre de 2022 ante mesmo período de 2021, “um número sólido, na nossa visão, mas significativamente abaixo das expectativas do mercado”, destaca, em relatório publicado nesta segunda.

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O banco cita alguns fatores que podem ter levado a esse desempenho, como:

  • um clima mais frio e chuvoso;
  • eliminação do Brasil na Copa do Mundo; e
  • calendário desfavorável de festas de fim de ano.

“Ainda achamos que é justo dizer que as expectativas envolvendo a potencial aceleração com a Copa do Mundo foram excessivamente otimistas”, dizem Ricardo Alves e Lucas Mussi, que assinam o relatório.

Em níveis consolidados, o Morgan Stanley estima Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 7,1 bilhões para a Ambev, com as operações no Brasil respondendo por R$ 3,4 bilhões diante de margens ainda comprimidas.

Nas outras unidades de negócio da companhia (operações internacionais), o Morgan Stanley ainda espera ver alguns desafios.

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“CAC [América Central e Caribe] e Canadá devem continuar sendo penalizados, enquanto esperamos um leve impacto da Copa do Mundo para LAS [América do Sul] – principalmente na Argentina”, avaliam Alves e Mussi.

Para o Morgan Stanley, a margem Ebitda da operação core da Ambev continuará depreciada em 2023, em aproximadamente 28%, contra uma média de cinco anos de cerca de 46% antes da pandemia do coronavírus. A instituição cortou o preço-alvo da ação para R$ 12, mantendo a recomendação de “underweight”.

O banco enxerga a Ambev sendo negociada a cerca de 17,5 vezes P/L (preço sobre lucro) para 2023. No modelo, analistas consideram um múltiplo de 15-16 vezes como um intervalo mais apropriado.

Para a equipe de análise, o rating de “underweight” ainda é “relativamente atrativo” devido aos riscos de downside para as estimativas de LPA (lucro por ação).

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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