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Ambipar (AMBP3) contrata escritório de filho de ministro do STJ; bancos questionam pedido de recuperação judicial no Rio

23 out 2025, 9:20 - atualizado em 23 out 2025, 9:20
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(Imagem: Divulgação)

Das 83 páginas do pedido de recuperação judicial da Ambipar (AMBP3), protocolado nesta terça-feira (21), quase 16 são dedicadas apenas à defesa de que o processo ocorra na Comarca do Rio de Janeiro. E a companhia contratou nomes de peso, com presença forte no Estado, para o time de defensores.

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Entre os nomes, está o escritório Salomão Advogados, com Luis Felipe Salomão Filho assinando o pedido de recuperação judicial. Ele é filho de Luis Felipe Salomão, atual ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e que construiu carreira no Rio de Janeiro.

Ainda completam o time Ana Tereza Basilio, da Basilio Advogados, atualmente presidente da OAB do Rio de Janeiro, e o escritório Galdino Advogados.

Procurada pela reportagem do Money Times, a Ambipar informou que não comentaria o assunto.

Credores acusam Ambipar (AMBP3) de “forum shopping”

Os principais credores da Ambipar questionam a decisão da companhia de protocolar o pedido de recuperação judicial no Rio. Em petição, eles alegam que o site da companhia incluiu um endereço do Rio apenas em setembro, poucos dias antes da medida cautelar que a protegeu contra os credores, que foi liberada pela 3ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro.

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“Houve manobra de forum shopping, pois o grupo simulou ter seu principal estabelecimento nesta Comarca do Rio de Janeiro, quando, na realidade, todo o centro decisório e operacional está localizado em São Paulo e Nova Odessa”, diz o documento.

Os credores — entre eles Banco ABC Brasil, Bradesco, Banco do Brasil, Santander, Sumitomo Mitsui e Itaú Unibanco — sustentam que a Ambipar simulou ter seu principal estabelecimento no Rio de Janeiro apenas para obter um foro considerado mais favorável à empresa.

“A controladora Ambipar Participações e Empreendimentos S.A. sempre esteve sediada em São Paulo, onde se concentram as decisões financeiras e estratégicas do grupo”, afirma a petição. “A Comarca de Nova Odessa abriga a principal planta operacional do grupo, com galpões, frota de atendimento e centro de emergências, o que demonstra a pujança de suas atividades no território paulista”.

“Relevância econômica”

Do outro lado, a Ambipar, no pedido de recuperação judicial, sustenta que o critério de competência não se limita ao local da sede da holding, mas sim ao local de maior relevância econômica e geração de receita do grupo.

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“A definição do principal estabelecimento deve observar o local onde se desenvolve a principal atividade econômica da sociedade, e não simplesmente a sede formal constante do contrato social”, diz o documento.

A empresa argumenta que as subsidiárias mais ativas e lucrativas estão sediadas no Rio de Janeiro, especialmente as ligadas ao segmento ambiental e de resposta a emergências. 

Além disso, a atividade-fim da companhia, de resposta a emergências ambientais, estaria no estado fluminense, principalmente no que tange à exploração de petróleo nas bacias de Campos e de Santos.

No segundo trimestre de 2025, o segmento Environment, que segundo a própria empresa atua com o “planejamento, gerenciamento e valorização de resíduos”, teve uma receita líquida de R$ 1,03 bilhão. Já o segmento Response, que atua na prevenção, gerenciamento e resposta a emergências de acidentes, teve uma receita líquida de R$ 738,7 milhões.

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Jornalista formado pela Unesp, tem passagens pelo InfoMoney, CNN Brasil e Veja.
vitor.azevedo@moneytimes.com.br
Jornalista formado pela Unesp, tem passagens pelo InfoMoney, CNN Brasil e Veja.
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