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Ambipar (AMBP3) em leilão: Ação derrete mais de 40% com autorização que pavimenta caminho para recuperação judicial

25 set 2025, 12:03 - atualizado em 25 set 2025, 12:03
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(Imagem: Divulgação)

A Justiça do Rio de Janeiro concedeu nesta quinta-feira (25) uma medida cautelar para proteção contra credores, ajuizada pelo Grupo Ambipar, que inclui a Ambipar (AMBP3), a Environmental ESG Participações e outras afiliadas do conglomerado.

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Com isso, as ações da Ambipar despencam mais de 40% e estão em leilão desde a abertura do pregão de hoje. Na sessão passada, os papéis haviam tombado mais de 18% na B3.



Depois de uma performance ruim dos green bonds (títulos de dívida verdes emitidos no mercado internacional) no exterior, a companhia decidiu se antecipar e se proteger de cobranças dos credores.

Na prática, o pedido de proteção das exigências de credores significa que, no momento, a companhia e suas subsidiárias não têm condições de pagar suas dívidas.

A empresa de gestão de resíduos não revelou o prazo de blindagem contra credores, mas, segundo informação do Pipeline, a proteção teria validade de 30 dias.

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Por que a Ambipar (AMBP3) quer proteção contra credores

Em fato relevante, a Ambipar explicou que a medida é resultado de operações recentes com derivativos ligadas aos green bonds, que “geraram consequências financeiras negativas em razão de variação na cotação e negociação de seus valores mobiliários”.

“O objetivo da medida cautelar é propiciar a continuidade das atividades empresariais do Grupo Ambipar e viabilizar a proteção a seus ativos, enquanto se busca junto aos credores uma alternativa viável para o adequado equacionamento de seus compromissos financeiros”, escreveu a companhia.

Entre os pedidos da Ambipar está a suspensão liminar de contratos que poderiam antecipar o vencimento das dívidas do grupo e de suas subsidiárias, além da exigibilidade de todas as obrigações relacionadas a esses contratos.

A Ambipar afirma seguir em “conversas positivas” com credores para tentar alcançar um acordo benéfico para todos os investidores.

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Ao fim do segundo trimestre, o endividamento líquido da empresa somava quase R$ 6 bilhões, com uma alavancagem de 2,56 vezes o Ebitda anualizado do período.

Esse tipo de ação funciona como um passo anterior à recuperação judicial, permitindo que problemas financeiros sejam tratados de forma mais amigável, sem a necessidade de um litígio longo.

Entenda as polêmicas na Ambipar (AMBP3)

As turbulências da Ambipar não se limitam à ação de tutela cautelar. Nesta semana, a companhia anunciou sua sétima emissão de debêntures, de R$ 3 bilhões, para resgatar antecipadamente a terceira e a sexta emissões (EESG13 e AMBP16).

Ao mesmo tempo, houve uma debandada no alto escalão: o diretor financeiro (CFO), João Arruda, deixou o cargo após pouco mais de um ano, enquanto Pedro Borges Petersen renunciou à posição de diretor de RI.

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Tudo isso ocorre em meio a um processo administrativo sancionador da CVM, que investiga suposta irregularidade na recompra de ações da Ambipar.

A atenção do mercado recaiu sobre a Ambipar em 2024, quando as ações dispararam de R$ 8 em maio para o pico de R$ 268 em dezembro.

O salto foi impulsionado por aquisições do controlador, Tércio Borlenghi Junior, programas de recompra e a entrada de fundos ligados a Nelson Tanure e ao Banco Master, que geraram um verdadeiro “short squeeze” nas ações AMBP3.

Há alguns meses, a área técnica da CVM chegou a levantar a hipótese de que a cotação das ações poderia ter sido inflada artificialmente, sugerindo que o controlador da Ambipar poderia ser obrigado a realizar uma oferta pública de aquisição (OPA) devido às compras feitas em conjunto com os fundos ligados ao Banco Master e ao empresário Nelson Tanure.

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Após a saída do presidente da autarquia, porém, a diretoria da CVM rejeitou a proposta e decidiu que o controlador da Ambipar não precisaria realizar a OPA — decisão que gerou desconforto no mercado e abriu espaço para críticas.

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seudinheiro@moneytimes.com.br
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