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Ambipar (AMBP3): Moody’s Analytics já previa crise desde 2024; entenda

16 out 2025, 12:36 - atualizado em 16 out 2025, 12:36
Ambipar
Ambipar (AMBP3): Moody’s Analytics já previa crise desde 2024 (Imagem: divulgação)

A crise da Ambipar (AMBP3), que explodiu de vez no fim de setembro de 2025, já vinha sendo pressentida meses antes — ao menos pelos modelos da Moody’s Analytics.

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Segundo a empresa de análise de risco, os sinais de deterioração começaram a aparecer ainda no fim de 2024, muito antes da turbulência chegar às manchetes.

De acordo com Tadeu Marcon Teles, diretor da Moody’s Analytics, o modelo da companhia já indicava “mudanças notáveis no perfil de risco” da Ambipar desde dezembro do ano passado.

Entre 19 de dezembro de 2024 e 8 de setembro de 2025, o nível de risco da empresa aumentou mais de oito vezes, um salto que chamou a atenção dos analistas.

“Os alertas começaram a aparecer em janeiro de 2025, quando o risco já havia triplicado em relação ao mês anterior”, disse Teles, em nota à imprensa. “O crescimento foi gradual, mas constante.”

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Ambipar: Os primeiros sinais

O avanço do risco da Ambipar foi explicado, em parte, por uma piora em dois pilares centrais da modelagem da Moody’s: a alavancagem de mercado e a volatilidade dos ativos.

A alavancagem de mercado — que compara o valor de mercado dos ativos de uma empresa com seu ponto de default, ou seja, o limite a partir do qual ela deixaria de honrar suas obrigações — começou a se deteriorar rapidamente. Um aumento nesse índice geralmente indica menor capacidade de absorver choques financeiros e maior probabilidade de inadimplência.

Ao mesmo tempo, a volatilidade dos ativos da Ambipar subiu de forma constante. Essa oscilação reflete tanto as fortes quedas nas ações AMBP3 na B3 quanto no aumento da incerteza sobre o valor de seus ativos. Na prática, quanto mais volátil o papel, mais incerto o mercado enxerga o futuro da empresa.

Os modelos da Moody’s Analytics funcionam de maneira preditiva. Eles têm como objetivo detectar movimentos de risco antes que cheguem ao radar das agências de rating tradicionais — e, neste caso, o sistema já soava alarmes muito antes da crise se tornar pública.

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É importante destacar que a Moody’s Analytics não é a mesma entidade que a Moody’s Ratings, a agência que emite notas de crédito formais para empresas. No caso da Ambipar, a Moody’s Ratings nunca atribuiu rating de crédito à companhia.

Atualmente, apenas a S&P Global e a Fitch Ratings possuem avaliações de crédito para as emissões da empresa.

A crise na Ambipar

No último dia 22, os bonds da Ambipar com vencimento em 2031 desabaram no mercado internacional pouco antes da empresa ter anunciado a sua sétima emissão de debêntures, no valor de R$ 3 bilhões.

Do outro lado do balcão, o Deutsche Bank, um dos credores da Ambipar, não assistiu a tudo isso parado. A instituição exigiu um aditivo de US$ 35 milhões, provocando um efeito em cadeia que poderia acelerar obrigações financeiras em até R$ 10 bilhões.

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Segundo a revista Veja, o contrato com o banco alemão previa a cobrança do aditivo em caso de desvalorização dos bonds no mercado internacional.

Sem alternativas, a Ambipar recorreu à proteção judicial em setembro, alegando que o banco exigia garantias muito além dos termos contratuais.

No radar da empresa está uma possível recuperação judicial para as próximas semanas. De acordo com a Bloomberg, a companhia deve entrar com um pedido de reestruturação de dívidas na Justiça do Rio de Janeiro.

É preciso destacar que a situação financeira da companhia parecia contraditória com um pedido de reestruturação, na visão do mercado.

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Ao mesmo tempo que reportou uma dívida de R$ 616 milhões, segundo a agência S&P Global, a companhia registrou uma posição de caixa de R$ 4,7 bilhões no fim do segundo trimestre, o que deveria ser mais que suficiente para cobrir as dívidas.

A Ambipar alega que o pedido de proteção judicial tem a ver com a necessidade de se proteger de um efeito cascata de vencimento das suas dívidas (cross-default), mas os credores começaram a tentar rastrear o caixa da empresa. Apenas US$ 80 milhões (cerca de R$ 400 milhões) foram encontrados, segundo fontes.

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seudinheiro@moneytimes.com.br
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