Americanas (AMER3): Ações caem 4% após números do 3T25; CEO detalha processo de transformação
As ações da Americanas (AMER3) caem no pregão desta quinta-feira (13), com o mercado repercutindo o balanço do terceiro trimestre de 2025 da varejista.
Negociadas fora do Ibovespa, as ações AMER3 caíam 4,67%, a R$ 5,29, por volta de 14h20 (horário de Brasília). Acompanhe o tempo real.
A varejista, que ainda enfrenta recuperação judicial após o escândalo da fraude em 2023, mostrou no terceiro trimestre de 2025 uma forte retração nas operações online e o impacto da normalização de efeitos contábeis, que haviam inflado o lucro no ano anterior.
O GMV digital da varejista somou R$ 167 milhões, uma queda de 74,6% em relação ao mesmo período de 2024. Em contrapartida, o GMV físico ficou praticamente estável em R$ 3,4 bilhões. No consolidado, o volume bruto de vendas (GMV total) caiu 11,6%, para R$ 3,7 bilhões.
De acordo com o CEO da companhia, Fernando Soares, o desempenho do GMV digital reflete a transformação da companhia. A operação digital foi conectada à física, substituindo o modelo antigo de 1P (estoque próprio) e 3P (marketplace) por uma nova dinâmica centrada na loja.
Em entrevista ao Money Times, Soares enfatizou que a base de comparação do ano anterior era diferente, referente ao digital antigo.
“Estamos vivendo exatamente essa transição e agora o consumidor de Lojas Americanas, ou cliente A (que está dentro do programa de fidelidade), pode comprar na nossa loja, receber em casa ou retirar na loja. É uma nova dinâmica. Quando a gente olha o ano passado, é outra base. É a base do digital antigo”, disse.
O executivo pontuou que a loja física passou a ser o centro da estratégia da Americanas, que busca estreitar conexão com os 50 milhões de brasileiros que passam por elas mensalmente. O digital agora “serve à loja”.
Soares destaca ainda que, em meio à otimização do parque de lojas, a companhia está olhando bastante para o indicador de Same Store Sales (Vendas de Mesmas Lojas, em tradução livre).
“O nosso Same Store Sales no acumulado do ano é de 10% e neste trimestre é de 6,5%. Então temos sim um crescimento de mesmas lojas bastante importante e em um trimestre que o varejo tem considerado como desafiador”.
O executivo atribui o resultado novo sortimento de produtos da companhia, novas operações e novas categorias nas lojas.
Outros números do 3T25 da Americanas
A receita líquida totalizou R$ 2,7 bilhões, recuo leve de 1% na base anual, enquanto o lucro bruto diminuiu 9,2%, com margem bruta de 29,1% — queda de 2,7 pontos percentuais em relação a um ano antes.
O lucro líquido da Americanas despencou 96,4%, para R$ 367 milhões, refletindo a ausência de ganhos contábeis não recorrentes observados no terceiro trimestre de 2024, quando a empresa registrou efeitos extraordinários ligados ao haircut de dívidas de fornecedores e à recuperação judicial.
Apesar do tombo no lucro líquido, o Ebitda ajustado avançou 152,7%, para R$ 561 milhões, indicando melhora operacional após a exclusão dos efeitos extraordinários.