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Americanas (AMER3): “Acreditávamos que estava tudo correto”, dizem Lemann, Telles e Sicupira; veja comunicado

22 jan 2023, 21:10 - atualizado em 22 jan 2023, 21:18
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Nota pública: Lemann (foto) e seus sócios negam qualquer conhecimento das fraudes descobertas na Americanas (Imagem: Facebook/Jorge Paulo Lemann)

Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, os principais acionistas da 3G Capital, que controla a Americanas (AMER3), se manifestaram neste domingo (22), sobre as acusações de que teriam sido lenientes com as fraudes contábeis descobertas nos balanços da companhia.

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Em um comunicado público, Lemann, Telles e Sicupira afirmam que “jamais” tiveram conhecimento, e que “nunca” admitiriam “quaisquer manobras ou dissimulações contábeis na companhia”. O trio acrescenta que a PwC, responsável pela auditoria independente das contas, “jamais” denunciou “qualquer irregularidade.”

Lemann, Telles e Sicupira sobre Americanas: “Acreditávamos que tudo estava correto”

“Portanto, assim como todos os demais acionistas, credores, clientes e empregados da companhia, acreditávamos firmemente que tudo estava absolutamente correto”, dizem na nota pública, e continuam: ” Lamentamos profundamente as perdas sofridas pelos investidores e credores, lembrando que, como acionistas, fomos alcançados por prejuízos.”

Veja, a seguir, a íntegra da nota pública divulgada na noite deste domingo (8) por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, controladores da Lojas Americanas:

“No dia 11 de janeiro de 2023, por meio de ‘fato relevante’, a Americanas S.A. tornou pública a existência de significativas inconsistências em sua contabilidade. Desde então, sempre com transparência e imediatismo, vários esforços vêm sendo feitos para o correto tratamento dos desafios que hoje se colocam à empresa.

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Usamos dessa mesma clareza para esclarecer de modo categórico e a bem da verdade que:

1) Jamais tivemos conhecimento e nunca admitiríamos quaisquer manobras ou dissimulações contábeis na companhia. Nossa atuação sempre foi pautada, ao longo de décadas, por rigor ético e legal. Isso foi determinante para a posição que alcançamos em toda uma vida dedicada ao empreendedorismo, gerando empregos, construindo negócios e contribuindo para o desenvolvimento do país.

2) A Americanas é uma empresa centenária e nos últimos 20 anos foi administrada por executivos considerados qualificados e de reputação ilibada.

3) Contávamos com uma das maiores e mais conceituadas empresas de auditoria independente do mundo, a PwC. Ela, por sua vez, fez uso regular de cartas de circularização, utilizadas para confirmar as informações contábeis da Americanas com fontes externas, incluindo os bancos que mantinham operações com a empresa. Nem essas instituições financeiras nem a PwC jamais denunciaram qualquer irregularidade.

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4) Portanto, assim como todos os demais acionistas, credores, clientes e empregados da companhia, acreditávamos firmemente que tudo estava absolutamente correto.

5) O comitê independente da companhia terá todas as condições de apurar os fatos que redundaram nas inconsistências contábeis, bem como de avaliar a eventual quebra de simetria no diálogo entre os auditores e as instituições financeiras.

6) Manifestamos mais uma vez nosso compromisso de integral transparência e de total colaboração em tudo que estiver ao nosso alcance para esclarecer todos os fatos e suas circunstâncias.

7) Lamentamos profundamente as perdas sofridas pelos investidores e credores, lembrando que, como acionistas, fomos alcançados por prejuízos.

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8) Reafirmamos o nosso empenho em trabalhar pela recuperação da empresa, com a maior brevidade possível, focados em garantir um futuro promissor para a empresa, seus milhares de empregados, parceiros e investidores e em chegar a um bom entendimento com os credores.

Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira”

O outro lado: O que dizem os credores e investidores da Americanas

Inúmeros bancos, como o BTG PactualBradesco (BBDC4), Itaú Unibanco (ITUB4), Bank of America e BV, entraram com pedido para derrubar o pedido de proteção da empresa.

Os advogados do BTG, por exemplo, argumentavam que a liminar que determinava o estorno de um pagamento feito pela Americanas ao banco era ilegal.

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Na petição, afirmaram que o trio de sócios de referência da Americanas têm R$ 180 bilhões em patrimônio, “suficiente para garantir as obrigações correntes e preservar a atividade econômica” e que o juiz que aceitou o pedido da varejista na sexta havia sido “induzido a erro pela narrativa simplória da Americanas”, usando “fraude” para definir os problemas no balanço da companhia.

Além disso, o “fator Americanas” pode obrigar os bancos a reservar em balanço pelo menos R$ 7 bilhões para cobrir o eventual risco de calote da varejista.

De acordo com executivos do mercado financeiro, BradescoSantander (SANB11), ItaúSafraBTG Pactual e Banco do Brasil (BBAS3) são, pela ordem, as instituições com os maiores volumes de empréstimos concedidos à companhia.

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Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
marcio.juliboni@moneytimes.com.br
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