Americanas

Americanas: Impacto maior é no mercado de crédito; não de ações

16 jan 2023, 9:00 - atualizado em 16 jan 2023, 11:08
Americanas recuperou parte das perdas no mercado de ações, mas no mercado de crédito a história é mais complexa (Foto: Flávya Pereira/MT)

A Americanas encerrou a semana passada dando sinais de que o pior já havia ficado para trás. Na última sexta-feira (13), as ações da varejista lideraram as altas no Ibovespa, encerrando com ganhos de 15,81%. Um dia antes, (AMER3) tinham desabado quase 80%. 

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Porém, existe um velho jargão no mercado financeiro, que diz que “as dívidas de um homem são os ativos de outro homem”. Para tanto, é preciso que haja um equilíbrio entre os mercados de ações e de crédito.

E é aí que parece haver o problema. “No mercado de crédito, a história é um pouco mais complexa”, comenta o CIO da TAG Investimentos, Dan Kawa. Isso porque a Americanas tem bastante dívida bancária e dívida no mercado. 

Além disso, o CIO lembra que o mercado de crédito tem menos liquidez quando comparado com o mercado de ações. Ou seja, os títulos da dívida (debêntures) da empresa são negociados em volume reduzido. 

E isso pode afetar outros fundos com a nova regra de marcação a mercado. “Isso pode acabar levando, em algum momento, a algum movimento de resgate de produtos, levando a uma onda de vendas de papéis, com abertura de taxas e spreads”, emenda Kawa.

Dívida cai 50%; ação cai 80%

Operadores e gestores afirmam que o mercado secundário de títulos já reflete condições piores da dívida da Americanas (debêntures). Segundo eles, houve um salto nas taxas cobradas, derrubando o valor de face do papel à metade. 

“Ou seja, enquanto a ação, que tem mais liquidez, caiu quase 80%, a dívida privada teve comprador a 50% de face”, comenta um profissional. Nessa conta, o “preço-justo” para AMER3 seria R$ 6,00.

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Afinal, antes do anúncio das inconsistências contábeis na ordem de R$ 20 bilhões, a ação valia R$ 12,00. Agora, com a dívida privada encontrando comprador a 50% do valor de face, o papel teria, então, de valer a metade. 

É exatamente esse valor que Rogério Araújo, líder educacional da Empiricus Investimentos, vislumbra para a ação da Americanas. Em entrevista ao Money Times (aqui), ele afirma que a ação não vale 70% do que valia, quando estava na faixa de R$ 12. Para ele, a ação vale 50% ou 60% do valor, ou seja, R$ 6.

Porém, o profissional citado acima, que falou sob a condição de não ser identificado, lembra que as notícias sobre o rombo na Americanas podem ser ainda piores. “Aí, se quebrar, tanto a dívida quando a ação ‘vai pro brejo’”, conclui.

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Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
olivia.bulla@moneytimes.com.br
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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