Renda Fixa

Marcação a mercado começa hoje e o que muda na renda fixa

02 jan 2023, 11:57 - atualizado em 02 jan 2023, 11:57
Novas regras de marcação a mercado na renda fixa entram em vigor hoje e devem atrair mais investidores; entenda (Imagem: pexels/ Montagem: Julia Shikota)

As novas regras de marcação a mercado na renda fixa entram em vigor nesta segunda-feira (2). Investidores que possuem debêntures, CRIs, CRAs, crédito privado e títulos públicos negociados no mercado secundário podem ter uma surpresa no saldo de suas carteiras.  

A partir de agora, bancos e corretoras passam a calcular os títulos de renda fixa de uma maneira diferente e mais transparente. Na prática, essas instituições passam a ser obrigadas a mostrar ao investidor o quanto realmente valem suas aplicações em tempo real – algo que, até então, a marcação na curva acabava mascarando a informação.

“A marcação a mercado permite ao investidor acompanhar de forma mais transparente a sua carteira de investimento, conhecendo o real valor do seu patrimônio em tempo real”, explica Antonio van Moorsel, estrategista-chefe da Acqua Vero Investimentos. 

Como era antes

Antes de 2 de janeiro de 2023, havia duas formas para apresentar o valor de um título no mercado de renda fixa. Uma delas era o preço teórico, calculado com base nas condições de emissão do papel.

A outra era o preço de mercado, ou seja, o valor do título negociado. Contudo, em ambos os casos, os títulos alcançariam o mesmo valor no final.

Segundo o BB Investimentos, a diferença era que, na precificação contábil (curva do papel), a taxa é sempre a mesma, ao longo do tempo. Já a precificação a mercado é útil para quem quer comercializar os títulos no mercado secundário.

Renda fixa não é fixa

Ou seja, apesar do nome, a renda fixa não é ‘fixa’ em todos os casos. Isso porque caso o investidor deseje resgatar o investimento antes do prazo de vencimento, estará sujeito a oscilações, que podem ser positivas ou negativas.

“Pensando nas altas e baixas, que também existem na renda fixa, institui-se que os títulos podem ser precificados pela marcação a mercado, visando maior transparência e identificação de oportunidades de negócios”, avalia José Roberto dos Anjos, do BB Investimentos, em relatório especial.

Com isso, a mudança válida a partir de hoje deve atrair mais investidores para o mercado secundário. “Isso porque ele passará a ter mais oportunidades de lucro também em curto prazo”, destaca van Moorsel.

Por outro lado, para quem investe com visão de longo prazo, segurando os títulos na carteira até o vencimento, nada muda. “Para esses, a renda fixa continuará fixa e previsível como sempre foi”, conclui o estrategista-chefe da Acqua Vero.

Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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