Comprar ou vender?

Americanas se esforça, mas fica abaixo de Magazine Luiza, Via e Mercado Livre no 2º trimestre

13 ago 2021, 17:53 - atualizado em 13 ago 2021, 17:53
Submarino, Americanas SA, Lojas Americanas
Para a Genial, os números da Americanas não impressionaram (Imagem: Money Times/Diana Cheng)

A Americanas S.A. (AMER3) divulgou resultados mistos, como algumas linhas agradando e outras nem tanto. 

O mercado, no entanto, reagiu mal aos números, com as ações caindo 7,88%, a R$ 43,14.

A varejista reverteu o prejuízo e lucrou R$ 225 milhões.

Apesar dos números mais altos, o problema foi a comparação com suas rivais: o crescimento do GMV (valor bruto de mercadoria) de 32,6% no ano ficou abaixo da Via (VVAR3) e do Magalu (MGLU3), de 51% e 60% no ano, respectivamente, além da argentina Mercado Livre.

“Americanas S.A entregou um resultado com top-line levemente abaixo dos nossos números (-2,9%) e com crescimento no ano abaixo dos seus pares. Além disso, a companhia entregou uma rentabilidade mais pressionada do que nossas projeções, com margem bruta e Ebitda vindo, respectivamente, 2,6 pontos e 1,3 ponto abaixo dos nossos números”, aponta a Ativa Investimentos em relatório enviado a clientes nesta sexta-feira (13).

Para a Genial, os números da Americanas não impressionaram. De positivo, a corretora destaca o Ebitda, que mede o resultado operacional, de R$ 1,1 bilhão, alta de 45%, e a operação robusta do e-commerce, contendo 49 milhões de clientes ativos, o maior número entre as varejistas listadas no Brasil.

“Gostamos também do aumento do número de sellers e SKU´s (Unidade de Manutenção de Estoques) no marketplace, alcançando os valores de 105 e 70 milhões, também os maiores valores entre os players brasileiros. Entretanto, reforçamos que há um resultado não recorrente de R$ 418 milhões advindo dos impostos diferidos da fusão das duas companhias, que ao retirarmos da base de cálculo, chegamos no Ebitda ajustado de R$ 653 milhões, uma queda de 11,6% no ano”, argumenta.

As cifras da varejista também não agradaram o BB Investimento. Segundo a corretora, o desempenho veio aquém do crescimento dos concorrentes e sua rentabilidade abaixo das estimativas, o que obstaculizou o resultado. No ano, os papéis AMER3 acumulam queda de 38,1%.

“Ao nosso ver, o fraco desempenho reflete não apenas o movimento de rotação por parte dos investidores, que vêm preferindo papéis mais ligados ao call de reabertura da economia, mas também o fraco desempenho que a companhia vem apresentando em um ambiente de maior acirramento da concorrência, em especial quanto à sua dificuldade de manter o mesmo ritmo de crescimento de vendas de seus pares e ganho de rentabilidade”, completa.

Analistas do BTG Pactual também avaliam que o recente negócio que culminou na fusão de ativos da Lojas Americanas com a B2W deve desbloquear valor (Imagem: YouTube/Americanas)

O que esperar daqui para frente?

A Ágora prevê que a empresa cresça no segundo semestre contra uma base de comparação mais fácil. “Mas até que ponto a Americanas ganhará participação de mercado em 2022 não está claro”, completa.

“Talvez mais importante para as ações seja o anúncio de sinergias por trás da fusão das lojas e negócios online. A empresa estima sinergias de R$ 2,3 bilhões até 2024 com várias iniciativas operacionais e financeiras”, argumenta.

Sobre a recompra de até 17,5 milhões de ações (R$ 820 milhões na última cotação de fechamento), a corretora diz que apesar de preferir ver o caixa investido em crescimento – em um mercado onde os concorrentes estão investindo agressivamente – há flexibilidade no balanço patrimonial, dada a grande posição de caixa e os longos prazos de endividamento.

Analistas do BTG Pactual também avaliam que o recente negócio que culminou na fusão de ativos da Lojas Americanas com a B2W deve desbloquear valor, com a Americanas a ser vista (e avaliada) como um player multicanal.

Já a XP classifica a Americanas como um ecossistema robusto, com diversas iniciativas sendo implementadas buscando a melhora da experiência, recorrência e fidelização de seus clientes.

“Ainda, acreditamos que tanto a fusão como a aquisição do Hortifrúti Natural da Terra devem destravar valor ao longo do tempo, com a companhia inclusive detalhando sinergias a serem capturadas em ambas frentes no seu resultado”, diz.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.