Analista avalia melhora nas expectativas de inflação, corte de juros em janeiro e balanços de destaque no 3T25
A semana começa em tom positivo no Brasil, com a nova atualização nas projeções do Boletim Focus desta segunda-feira (17). Os economistas consultados pelo Banco Central (BC) reduziram as expectativas da inflação de 2025 para 4,46%, dentro do teto da meta.
No Giro do Mercado, a jornalista Paula Comassetto recebeu Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research, para comentar sobre o cenário econômico. Segundo ela, os dados recentes reforçam um quadro mais construtivo para a política monetária e para a bolsa.
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Quaresma ressaltou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro, divulgado na semana passada, veio abaixo do esperado e com dados qualitativos positivos, como a média dos núcleos abaixo do esperado.
Segundo ela, a surpresa baixista explica essa nova rodada de redução das expectativas de inflação. “O próprio BC tem reconhecido essa dinâmica benigna, o arrefecimento da inflação, e está projetando a inflação dentro da meta no horizonte relevante”, disse.
Com isso, a casa trabalha com a perspectiva de início do ciclo de cortes já no início de 2026: “Esse Relatório Focus confirma o início breve da flexibilização monetária, do corte de juros aqui no Brasil, que temos agora como cenário base para começar em janeiro”, afirmou.
Apesar da inflação mais comportada, a atividade econômica mostrou perda de fôlego: o IBC-Br caiu 0,2% em setembro e recuou 0,9% no terceiro trimestre. Para a analista, os números confirmam a desaceleração esperada em ambiente de juros altos.
Mesmo assim, o cenário-base segue sendo de pouso suave — algo que Larissa diz ser crucial para os lucros corporativos.
Se a economia crescer menos, porém ainda em terreno positivo, o impacto tende a ser positivo para empresas listadas, especialmente com juros menores à frente.
Resultados no 3T25
A analista destacou a temporada de divulgação dos resultados corporativos no terceiro trimestre de 2025 (3T25). Para Quaresma, não houve um setor claramente vencedor, mas grandes diferenças dentro de cada segmento.
“Ficou uma distância muito grande entre as empresas que estão com operacional redondo e as empresas que não estão”, afirma.
Como exemplos, a especialista citou o contraste no setor de saúde entre o desempenho positivo da Rede D’Or (RDOR3) e o desastre para Hapvida (HAPV3), que chegou a cair mais de 40% em um único dia.
No financeiro setor financeiro, o BTG Pactual (BPAC11) voltou a se destacar e o Banco do Brasil (BBAS3) segue decepcionando. “A temporada foi bem importante para selecionar as ações que compõem a carteira do investidor”, disse.
Quaresma também comentou a situação da Cosan (CSAN3), que reverteu lucro em prejuízo de R$ 1 bilhão. Para Larissa, porém, os dados perdem relevância rapidamente.
“O resultado ficou velho muito rápido”, disse ela, explicando que o balanço reflete números até setembro, enquanto o aumento de capital de R$ 10,5 bilhões — evento decisivo para a estrutura financeira — foi precificado apenas em novembro.
“A companhia já é outra, ela já não é aquela que foi reportada agora”, afirma.
O programa ainda abordou a mudança na política tarifária dos Estados Unidos em relação ao Brasil, o desempenho dos mercados globais e outros destaques corporativos. Para acompanhar o Giro do Mercado na íntegra, acesse o canal do Money Times no YouTube.
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