Analista projeta nova tentativa de arrecadação por parte do governo; ‘risco fiscal para 2026 aumentou bastante’, afirma
A Medida Provisória (MP) 1.303 segue pautando a análise política e econômica nesta quinta-feira (9), após o Congresso derrubar o projeto que buscava intensificar a arrecadação por meio da tributação de investimentos e casas de apostas, como alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
No Giro do Mercado, a jornalista Paula Comassetto recebeu Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos. O convidado considera que o retorno a “normalidade” é positivo para o investidor.
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“Considerando que o investidor entendia que as coisas estavam funcionando de forma equilibrada, a situação de voltar ao status quo é positiva”, afirmou. Parte do mercado acreditava que a MP poderia gerar assimetria entre ativos.
“Na última leitura, havia o risco de um problema de financiamento do Tesouro, com incentivo ainda maior para ativos isentos e menor para títulos do governo”, disse Cruz, lembrando da taxação de títulos públicos sem diferenciação de impostos com base no prazo.
No entanto, o especialista ressaltou que o IOF continua sendo um ponto de atenção, com risco de ser elevado novamente para fechar as contas do governo que busca mais recursos para financiar a máquina pública.
“Lembrando que a gente já teve, nesses quase três anos de governo, 27 aumentos de impostos diferentes. As falas do ministro Haddad mostram que a tentativa vai ser novamente de aumentar impostos para tentar compensar essa perda de arrecadação”, disse.
Cruz destaca que com a dificuldade para encontrar recursos e a possibilidade de novos gastos durante o período eleitoral, o risco fiscal para 2026 cresceu consideravelmente.
Ele também comentou a ausência de avanços em temas estruturais que poderiam reduzir gastos públicos, como uma reforma da previdência de militares, pente-fino em programas sociais e fim dos supersalários.
O programa ainda abordou o desempenho dos mercados globais, os efeitos da inflação na expectativa por um corte de juros e outros destaques corporativos. Para acompanhar o Giro do Mercado na íntegra, acesse o canal do Money Times no YouTube.
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