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Analistas estão otimistas com Ambev, apesar de ritmo mais lento de reabertura; XP eleva preço-alvo

03 jun 2021, 7:46 - atualizado em 03 jun 2021, 7:46
Ambev Empresas
Ambev ainda tem como principal problema a pressão nas margens, que podem melhorar com a reabertura dos bares e restaurantes (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

A XP Investimentos elevou o preço-alvo da ação da Ambev (ABEV3) de R$ 17,15 para R$ 20, incorporando os resultados do primeiro trimestre do ano e as novas perspectivas macroeconômicas.

A classificação de compra, mesma do início de cobertura, foi mantida pela corretora. Na opinião dos analistas Leonardo Alencar e Larissa Pérez, responsáveis pela parte de Agro, Alimentos & Bebidas da XP, a recomendação foi certeira. Desde que passaram a cobrir os papéis, a Ambev conseguiu entregar melhorias na parte operacional.

“A eficiência operacional veio como a cereja do bolo, ou como uma cerveja gelada em uma tarde quente, para alinharmos a metáfora ao contexto”, comentaram os analistas, em relatório divulgado na segunda-feira.

Nessa linha, Alencar e Pérez destacaram os dois aplicativos da companhia: o Zé Delivery, que recebeu 14 milhões de pedidos no primeiro trimestre; e o BEEs, plataforma B2B (Business to Business). Segundo os analistas, se a Ambev adicionar mais estratégias de precificação, descontos inteligentes e algoritmos para recomendação de portfólio, essas ferramentas poderão trazer volumes maiores e, simultaneamente, preços mais altos.

A Ambev tem conseguido impulsionar suas operações. O volume de cerveja no Brasil aumentou mesmo em meio a um cenário desafiador, e isso surpreendeu o mercado. A XP destacou que outras empresas do segmento de bebidas enfrentaram escassez de latas e garrafas de cerveja, abrindo espaço para uma recuperação de participação de mercado por parte da Ambev.

Tampa da cerveja Brahma, da Ambev
O volume de cerveja da Ambev no Brasil aumentou mesmo em meio a um cenário desafiador, e isso surpreendeu o mercado (Imagem: Divulgação/Facebook/Brahma)

Os preços médios também surpreenderam. O aumento dos valores pode ser associado à estratégia de diversificação do portfólio da cervejaria, trazendo maior valor para suas marcas.

A Ambev também lançou novas marcas que fizeram sucesso, como a Brahma Duplo Malte, e trouxe marcas internacionais para o Brasil, como a Becks.

Pressão nas margens

A principal preocupação dos analistas sobre a Ambev diz respeito à pressão de custos e margens. Os preços das commodities continuam subindo, levando a uma contração da margem bruta de 58,8% em 2019 para 53,6% em 2020.

A margem deve cair em 2021 novamente, para 52,3%.

“Acreditamos que ainda passaremos por alguns anos de margens mais baixas antes da empresa retomar o nível de 2019”, afirmaram Alencar e Pérez.

Para que as margens voltem a crescer, os bares e restaurantes precisam retomar as atividades.

“Esperávamos que bares e restaurantes voltassem a abrir suas portas em um ritmo mais rápido do que realmente aconteceu. Atualmente, não só muitos negócios ainda estão funcionando apenas parcialmente como ainda temos a terceira onda de Covid-19 pairando sobre nós”, comentaram os analistas.

Com o avanço da campanha de vacinação no país, os estabelecimentos devem voltar a funcionar normalmente, o que impactará de maneira positiva as margens da Ambev.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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