‘Apocalipse IA’ já assusta Mark Zuckerberg, Jeff Bezos e Elon Musk? CEOs de big techs se preparam com bunkers e fuga para o espaço
O universo da ficção está repleto de referências a criaturas e tecnologias que se voltaram contra seus criadores: Frankenstein, Blade Runner e O Exterminador do Futuro são apenas alguns exemplos. Porém, parece que fora das telas e das páginas os líderes das big techs têm medo de um destino semelhante.
Em meio a preocupações globais relacionadas a guerras, mudanças climáticas e pandemias, certos bilionários renomados estão se preparando para um eventual “fim do mundo”. Entre eles estão:
- Mark Zuckerberg, CEO da Meta;
- Elon Musk, dono de empresas como SpaceX, Tesla e X;
- Jeff Bezos, CEO da Amazon;
- Reid Hoffman, cofundador do LinkedIn.
Eles investem na construção de bunkers subterrâneos luxuosos, ilhas particulares e até em planos de fuga para além do planeta Terra.
Porém, além dos receios tradicionais em relação ao “apocalipse”, esses bilionários podem estar alertas para outra ameaça: o avanço da inteligência artificial.
Com o rápido avanço da tecnologia – impulsionado por muitos desses empresários – especialistas já debatem a possibilidade da inteligência artificial atingir um estágio de autonomia que represente um risco à humanidade.
Esse estágio é chamado pelos especialistas de inteligência artificial geral (AGI), momento em que a IA se equipara ao cérebro humano.
O desafio para os pesquisadores é a possibilidade de as máquinas alcançarem um nível de autonomia capaz de tomar decisões independentes, o que poderia se tornar perigoso para os seres humanos.
Embora pareça enredo de filme de ficção científica, Eric Schmidt, ex-CEO do Google, Craig Mundie, ex-diretor de estratégia da Microsoft, e Henry Kissinger, diplomata americano, acreditam que esse cenário é apenas uma questão de tempo.
E os grandes bilionários da tecnologia já estão tomando precauções…
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Investimentos em propriedades e fuga do planeta Terra
Apesar de negar que esteja construindo um bunker e afirmando ser apenas um “porão”, Mark Zuckerberg investe US$ 270 milhões – o equivalente a R$ 1,4 bilhão na cotação atual – para erguer um espaço subterrâneo na ilha de Kauai, no Havaí, conforme apurou a revista americana Wired.
A área tem cerca de 5.000 metros quadrados e inclui salas de estar, saídas de emergência, portas acústicas e uma despensa com comida suficiente para abastecer 800 campos de futebol.
E Zuckerberg não é o único bilionário a apostar em refúgios deste tipo. Segundo Reid Hoffman, metade dos super-ricos têm um “seguro contra o apocalipse” contemplando a compra de propriedades em locais como Havaí e Nova Zelândia.
Porém, as opções vão além da terra firme. Elon Musk e Jeff Bezos, por exemplo, têm metas voltadas à exploração espacial.
O fundador da SpaceX e homem mais rico do planeta defende a colonização humana de Marte como uma alternativa para garantir a continuidade da espécie.
A partir de sua empresa, ele planeja enviar pessoas ao planeta vermelho com o foguete Starship a partir de 2029, conforme anunciado neste ano na rede social X (antiga Twitter).
Jeff Bezos também tem uma estratégia que envolve o espaço. Além de comandar o maior e-commerce do planeta, ele está à frente da Blue Origin, empresa espacial rival da SpaceX.
Uma de suas apostas recentes para viabilizar a vida humana no espaço foi o lançamento do foguete New Glenn, programado para o último domingo (9), mas adiado devido ao clima.
A nave de 97,5 metros deve levar sondas para realizar pesquisas atmosféricas em Marte, em parceria com a NASA. Bezos projeta que, em duas décadas, milhões de pessoas estarão vivendo no espaço.
Riscos da inteligência artificial dividem opiniões
A construção de bunkers ou a criação de planos de fuga planetária ainda são realidades distantes para quem não faz parte do grupo dos bilionários.
Para tranquilizar as pessoas comuns, a ideia de um “fim do mundo” causado pela inteligência artificial pode estar exagerada.
Neil Lawrance, professor de aprendizado de máquina na Universidade de Cambridge, considera absurda a preocupação com a inteligência artificial geral.
Além disso, mesmo com a evolução das máquinas, o cérebro humano ainda é superior, contando com mais de 86 bilhões de neurônios e 600 trilhões de conexões sinápticas, muito além do que as máquinas artificiais conseguem alcançar.
Embora o tema gere opiniões distintas e o futuro seja incerto, ainda não se sabe se essa preocupação se transformará em realidade ou permanecerá no campo da ficção científica.
Até mesmo especialistas envolvidos na área demonstram dúvidas, como Vince Lynch, CEO da empresa americana de software IV.AI. Questionado sobre a possibilidade da inteligência artificial geral se tornar real e ameaçadora, respondeu: “eu realmente não sei”.
Com informações de BBC, Exame e Estadão.