Após crescimento da indústria andar de lado, China aposta em tecnologias avançadas para reanimar o setor
A China prometeu nesta sexta-feira (26) intensificar a modernização de sua base manufatureira e garantir capital para financiar esforços voltados a avanços tecnológicos, após seu setor industrial apresentar um desempenho aquém do esperado neste ano.
O ministério da indústria da China espera que a produção das grandes empresas industriais tenha aumentado 5,9% em 2025 em comparação com 2024, informou a emissora estatal CCTV na sexta-feira, praticamente inalterado em relação ao ritmo de 5,8% registrado em 2024.
- SAIBA MAIS: Investir com inteligência começa com boa informação: Veja as recomendações do BTG Pactual liberadas gratuitamente pelo Money Times
Esse resultado também ficaria abaixo do ritmo de 6% observado nos primeiros 11 meses de 2025, com base em dados divulgados pelo Departamento Nacional de Estatísticas, já que a fraqueza da economia chinesa suprimiu a demanda doméstica.
A produção industrial, que abrange empresas industriais com receita anual de pelo menos 20 milhões de yuans (US$ 2,85 milhões), registrou crescimento de 4,8% em novembro, a taxa mensal de alta anual mais fraca desde agosto de 2024.
Formuladores de políticas chineses vêm buscando criar novos motores de crescimento para a economia ao concentrar esforços no avanço do setor industrial.
A China também prometeu esforços mais fortes para alcançar a autossuficiência tecnológica em meio à intensificação da rivalidade com os Estados Unidos pela liderança em tecnologia avançada.
Na conferência nacional de trabalho industrial, com duração de dois dias, realizada em Pequim e encerrada na sexta-feira, autoridades prometeram alcançar grandes avanços na construção de um “sistema industrial moderno” ancorado na manufatura avançada.
O foco será em setores como circuitos integrados, economia de baixa altitude, aeroespacial e biomedicina, segundo comunicado do ministério da indústria.
O comunicado foi divulgado após a China lançar, na sexta-feira, um fundo nacional de capital de risco com o objetivo de direcionar bilhões de dólares em capital para “tecnologias duras estratégicas”, como tecnologia quântica e interfaces cérebro-computador.
Em relação à inteligência artificial, o ministério da indústria afirmou que ampliará os esforços para ajudar pequenas e médias empresas a adotar a tecnologia, ao mesmo tempo em que fomentará novos agentes inteligentes e empresas nativas de IA em setores-chave.
As autoridades também prometeram “coibir firmemente” guerras de preços deflacionárias, apelidadas de “involução”, termo que se refere à concorrência excessiva e de baixo retorno entre empresas, que corrói os lucros.